A Bolsa de Valores de São Paulo fechou o dia ontem em 36.449 pontos, com baixa de 0,10%. O dólar ficou estável em R$ 2,170. O mercado financeiro atribui a calmaria à expectativa dos investidores com relação às eleições, e espera investimentos de maior porte só para quando o governo Lula, se reeleito, der sinais de que conseguirá trabalhar mesmo sem maioria no Congresso. Outro ponto que causa dúvidas, também ligado à política, é se a investigação movida pela Justiça Eleitoral sobre o dossiê que seria comprado pelo Partido dos Trabalhadores contra os tucanos irá adiante e se ela poderá levar à cassação do mandato do presidente.
O mercado também mantém os olhos no cenário americano, cujo indicador mais importante em setembro, divulgado no dia 20, foi a manutenção da taxa básica de juros em 5,25% ao ano. No entanto, o núcleo da inflação americana aponta para uma alta de 2,8% até agosto deste ano, maior do que o desejável.
Em setembro, o dólar comercial foi o investimento mais rentável no Brasil, com alta de 1,21%, mas, no ano, está com queda de 7,25%. Para o economista Thiago Davino, da consultoria Uptrend, negociar a moeda é arriscado porque o valor pode cair a R$ 2,13.
Abaixo do dólar vieram os títulos de renda fixa atrelados ao CDI over, com alta de 1,10% no mês. Para os mais cautelosos, estes são os investimentos recomendados para outubro. O melhor deles, conforme Davino, é o Tesouro Direto do governo federal com vencimento em 2009, que deve render 13,94% nos próximos 12 meses.
Gustavo Deodato, diretor da Petra Corretora, lembra que nos dois últimos anos o CDI ganhou da Bolsa no período entre janeiro a agosto, havendo uma inversão no último trimestre. O CDI também é o investimneto aconselhado pelo diretor de pesquisa da corretora Planner, Luiz Neves.
Em setembro, a Bolsa de Valores de São Paulo chegou a bater 34.200 pontos (referente ao volume negociado pelas maiores empresas), fechando o mês em 36.500 pontos. O Ibovespa fechou o período com alta de 0,6%. Analistas do mercado financeiro estimam que a bolsa feche o ano em até 42 mil pontos, caso o investidor estrangeiro volte a apostar no Brasil.
A ação mais valorizada do mês é a Telemar ON, com alta de 22,4%. No ano, Sabesp ON (companhia de água e esgoto de São Paulo) teve a maior alta, de 60,9%.
Outras ações de boa rentabilidade no mês foram as do setor de telefonia celular, que passa por reestruturações. Telemig Celular teve alta de 14% e Telenorte Celular, de 12%.
"A companhia Telemar se saiu bem em função da reestruturação societária recém-aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários", avalia o diretor de Asset Management do Paraná Banco, André Paes.
A Petrobras, que compõe 25% do Ibovespa, caiu 5,5% no mês devido à queda do preço do petróleo, que está a US$ 61 o barril. "O preço está atrativo para compras no longo prazo, quando o preço [do petróleo] deve se recuperar", diz Paes. Para Davino, as ações de Unibanco compensam, pois estão baratas e vêm subindo.
A ação da Petrobras valia R$ 48 em março, quando a Bovespa entrou em período de forte queda, e hoje está a R$ 40. A Vale do Rio Doce, que concentra 17% da movimentação do Ibovespa, estava a R$ 49,50 e hoje está em R$ 40,25. O último trimestre também beneficia o varejo, representandos na Bolsa por empresas como Submarino, Lojas Americanas e Pão de Açúcar.
O ouro caiu 5,03% no mês e no ano já acumula alta de 7,51%.
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