O início do livre comércio no setor automotivo entre Brasil e Argentina não deve ter qualquer impacto para a economia brasileira, afirmou hoje a secretária de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres.A partir desta segunda-feira (1º), deixam de valer alguns dispositivos do acordo, chamados de "cotas móveis" ou "flex", que impunham um limite ao número de automóveis exportados com isenção tributária ao país vizinho.
Até então, a cada US$ 1,95 em automóveis vendidos à Argentina, US$ 1,00 teria de ser importado pelo Brasil em troca. O país poderia vender mais, porém, passaria a incidir então a alíquota integral de importação de 35% sobre os automóveis exportados além da cota.
A Argentina vem pressionando o Brasil para prorrogar os termos do acordo antigo. A expectativa inicial era de que o acordo fosse prorrogado até o prazo final para o vencimento desses termos.Segundo o governo brasileiro, as cotas móveis foram incluídas no acordo original, para tentar evitar desequilíbrios na relação bilateral. Mas, na prática, elas não eram usadas, já que o Brasil não ultrapassava o limite de vendas.
"Os investimentos foram feitos de um lado e de outro. Há certo equilíbrio no comércio Nossa expectativa é que isso siga acontecendo. Não deve haver impacto do livre comércio [na economia]. O flex não atuava como elemento restritivo, porque já era um comércio relativamente bem equilibrado", afirmou Tatiana Prazeres.
A secretária não quis opinar sobre a razão da insistência da Argentina em prorrogar os termos do acordo antigo. "Perguntem aos argentinos", disse.
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