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São Paulo (AE) – As atenções do mercado financeiro estarão voltadas esta semana para a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2006. O encontro, que começa amanhã e termina na quarta-feira, inaugura uma nova regra do Banco Central (BC), que prevê reuniões a cada 44 dias e não mais no período de 30 dias. Isso reduzirá de 12 para oito os encontros dos diretores do banco para ajustar o nível da taxa básica da economia brasileira (Selic).

Diferentemente das últimas reuniões, os analistas estão confusos quanto à intensidade do possível corte esta semana. Levantamento feito com um grupo de 60 profissionais mostra que 39 acreditam que os diretores do BC optarão por um corte de 0,75 ponto porcentual. Houve até mesmo uma aposta mais ousada, de 1 ponto porcentual. Outros 20 analistas apostam no conservadorismo da autoridade monetária e, portanto, na queda de 0,5 ponto, como nas decisões anteriores.

O economista da Corretora Ágora Senior, Flávio Serrano, argumenta, no entanto, que um corte de 0,75 ponto porcentual não significará uma decisão mais agressiva do Banco Central, já que o intervalo entre as reuniões será maior a partir de agora. Ele explica que haveria espaço para um corte maior, de um ponto porcentual. "Mas o BC não vai querer fazer essa transição, aumentando o corte de 0,5 ponto (dezembro) para 1 ponto, para não causar volatilidade."

Expectativa

Segundo os analistas, contribuem para a aposta de um corte maior na Selic neste mês o fato de não ter havido unanimidade entre os diretores na última reunião do Copom. Naquela época, já havia opiniões favoráveis a uma queda maior, de 0,75 ponto porcentual. Além disso, o resultado da produção industrial de novembro ficou bem abaixo das expectativas do governo e do mercado. De acordo com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a atividade cresceu apenas 0,6% em novembro, ante o mês anterior.

Outros indicadores também deverão chamar a atenção do mercado financeiro nesta semana. Alguns devem contribuir para a decisão do Copom, como é o caso dos dados do varejo referente ao mês de novembro. Segundo Serrano, os números devem sair em linha com os da produção industrial divulgado na semana passada. Do cenário externo também sairão alguns números de destaque. Na terça-feira, será apresentada a produção industrial americana referente ao mês de dezembro. Já na quarta-feira sai o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também de dezembro.

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