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O dólar terminou praticamente estável ante o real nesta segunda-feira, com o mercado dando uma pausa após a moeda ter testado nos últimos dias as mínimas em mais de dois anos e meio.

Investidores repercutiram sem sobressaltos a elevação da nota de crédito soberano do Brasil pela Fitch Ratings. Analistas avaliam que a notícia é positiva, mas que não deve causar grande impacto por ser uma medida já esperada.

A moeda norte-americana fechou com oscilação positiva de 0,06, a 1,613 real na venda. Ao longo da jornada, a cotação oscilou entre alta de 0,25 e queda de 0,19 por cento.

"O pessoal deu uma pausa (nas vendas) e realizou um pouco", resumiu Victor Asdourian, operador de câmbio da Hencorp Commcor Corretora.

Os agentes vinham se desfazendo de dólares com mais intensidade nos últimos dias após notícias de que o governo poderia tolerar um real mais forte devido às preocupações com a alta da inflação e dos preços do petróleo.

A divisa norte-americana já havia sofrido um tombo depois que as autoridades divulgaram no Diário Oficial o aumento para 6 por cento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado em operações de empréstimo externo com prazo até 360 dias. Após semanas de expectativas por uma medida dura, o mercado considerou a ação modesta.

Entre a última segunda-feira e sexta, o dólar recuou 3 por cento.

"Ainda assim, não dá para ignorar o governo. (As autoridades) podem não estar sendo tão incisivas como antes, mas ainda dizem que estão atentas ao câmbio e disso pode sair alguma coisa", comentou Asdourian.

Para Tony Volpon, chefe de pesquisa para mercados emergentes nas Américas do Nomura, as recentes medidas do governo provam que a atual política intervencionista provavelmente fará pouco para impedir a apreciação do real.

"Apesar disso, não vemos esse fracasso (em conter a apreciação) levando a mudança alguma na política do governo: seus proponentes continuarão argumentando que se algo mais for feito, um dia funcionará", escreveu em relatório a clientes.

Comentando a elevação do Brasil pela Fitch, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que "o governo vai continuar fazendo medidas para conter o excesso de dólares", mas reconheceu que o "excesso" de moeda estrangeira é melhor do que a "falta" que acontecia no passado .

A agência de classificação de risco elevou a nota do Brasil em um degrau, de "BBB-" para "BBB", citando um aumento da taxa potencial de crescimento para 4 a 5 por cento e sinais de maior restrição fiscal pelo governo Dilma Rousseff .

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