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Foto: Gazeta do Povo
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Eles podem não dominar o mundo, mas com certeza já garantiram seu lugar dentro dos lares, e das despesas domésticas, brasileiros. Sim, estamos falando dos pets, que há anos vem sustentando o crescimento contínuo do mercado de produtos voltados aos animais de estimação e que fazem do setor um dos poucos que passaram ilesos, ou foram menos impactados, pela crise econômica.

No ano passado, o mercado pet faturou R$ 34,4 bilhões e registrou crescimento de 4,6% em relação a 2017 - a economia brasileira registrou alta de 1,1% no período. Mesmo positivo, não se pode negar que o resultado é o mais tímido dentro da série histórica do segmento, que teve seu ápice em 2014, quando a expansão chegou aos 9,9% - o mais alto dos últimos cinco anos. Os dados são do Instituto Pet Brasil (IPB), que iniciou o levantamento um ano antes. No acumulado deste período, o faturamento das indústrias e serviços voltados aos pets somou 178,3 bilhões no país.

“Nosso mercado continua em expansão. O número de lojas não foi reduzido, as grandes cadeias continuam investindo e as [empresas] regionais, crescendo. O que percebemos é que as pessoas readequaram seus orçamentos [em relação aos gastos com os pets]”, aponta Nelo Marraccini Neto, vice-presidente da Unidade de Comércio e Serviços do Instituto Pet Brasil (IPB), ao justificar o avanço do mercado dentro do cenário econômico nacional. A redução da frequência de visitas ao pet shop ou a aquisição de produtos e rações de categorias mais econômicas frente às premiuns são exemplos desta readequação. Confira mais informações sobre os mercado pet no infográfico abaixo.

O investimento e crescimento contínuo das empresas e o aumento da população de animais de companhia no país (eles eram aproximadamente 139,3 milhões em 2018) estão entre os fatores que devem manter o saldo positivo do setor e, mais do que isto, estimular a retomada do ritmo de expansão.

Foto: Mauro Lainetti/Divulgação
Foto: Mauro Lainetti/Divulgação

Para 2019, a projeção do IPB é de que o faturamento some R$ 36,2 bilhões, 5,4% superior ao de 2018 e 0,8 pontos porcentuais acima do registrado neste ano - a expectativa para o avanço da economia do país, no comparativo, está abaixo de 1%. Se ela se confirmar, o mercado pet terá alcançado um crescimento de 49% desde 2013. O montante deverá ser suficiente, ainda, para manter o Brasil como o segundo maior mercado pet de varejo do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo o instituto.

Nutrição animal é carro-chefe do setor 

Entre os investimentos que os tutores fazem para manter os cuidados com seus pets, a alimentação é, de longe, a mais rentável para o setor. Para 2019, a estimativa é de que o segmento fature R$ 16,14 bilhões, o que corresponde a 44,6% da projeção de crescimento para todo o mercado pet.

De olho nestes dados, as empresas estão investindo na oferta de novas linhas e produtos com o objetivo de garantir a saúde dos animais, responder ao crescimento da demanda e, principalmente, atender a um público que busca cada vez mais produtos que aproximem o universo pet do de seus tutores.

“O tutor está exigindo cada vez mais porque ele passou a tratar o pet como um membro da família. Nesta linha, ele quer alimentá-lo da forma como se alimenta, o que pode levar à falta de nutrientes que os pets precisam. Então, faz sentido termos um portifólio mais extenso, com características mais gourmets em sabor e aromas”, explica Ricardo Marinho, gerente de marketing da Mars Petcare, que atua com seis marcas pet no mercado brasileiro: Pedigree, Royal Canin, Whiskas, Optimum, Eukanuba e Dreamies & Temptations.

A marca acaba de lançar, na 5ª edição da Medvep (congresso de especialidades veterinárias realizado entre 23 e 25 de julho, em Curitiba) dois novos produtos na linha de alimentos úmidos para cães e gatos. De categoria super premium, eles trazem sabores como atum, salmão marinado, carne ao molho e filé mignon, bastante alinhados aos da alimentação humana.

Esta característica, inclusive, deve orientar os investimentos futuros da empresa, que aposta na alimentação natural como uma forte tendência do setor no país. “É uma alimentação baseada em produtos sem corantes, aditivos e provenientes de fontes diferenciadas, como arroz e batata, ao invés do milho. No exterior, as alimentações ancestrais, baseadas e mais voltadas para as origens dos pets, também aparecem como tendência”, aponta Marinho. Ele prevê para 2021 a possibilidade de entrada da primeira delas no mercado brasileiro.

Potencial do mercado está distante da saturação 

Mesmo com o forte crescimento registrado nos últimos anos, o mercado pet ainda apresenta muitas possibilidade de expansão, segundo os especialistas. O crescimento da população pet, a retomada da economia e a mudança cultural em relação aos aspectos que envolvem os cuidados com os animais de companhia estão os fatores que deverão continuar estimulando o crescimento deste mercado no país.

“Nosso mercado é muito jovem quando comparado com o do exterior. E o desenvolvimento dele vem muito linkado a eventos como a Medvep, à academia (que oferta cada vez mais informação aos veterinários) e à recomendação dos profissionais da área [sobre os cuidados e tratamentos], que estão mais presente no dia a dia [dos pets e seus tutores]. Conforme isso vem mudando, vem abrindo espaço para [a expansão do mercado”, pontua Marinho.


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