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Brasil cai em ranking internacional de otimismo empresarial
Folhapress
Os empresários brasileiros estão ficando menos otimistas. É o que mostra levantamento feito pela consultoria internacional Grant Thornton. Segundo o relatório, que é feito trimestralmente, 61% dos executivos entrevistados no Brasil se declaram otimistas com relação às perspectivas da economia do país para os próximos 12 meses é uma queda de 25 pontos porcentuais com relação ao levantamento feito no primeiro trimestre deste ano.
Com isso, o Brasil caiu da segunda para a oitava posição no ranking das nações mais otimistas com os negócios. A pesquisa é feita com 11,5 mil empresas em 40 países.
Peru (96%), Chile (90%), Filipinas (90%), Geórgia (83%), Canadá (70%), Índia (67%) e África do Sul (63%) encabeçam a lista. Na outra ponta, estão Espanha (-66%), Grécia (-58%), Holanda (-46%) e Japão (-41%), liderando as perspectivas negativas.
Apesar da queda acentuada, o Brasil ainda está bem posicionado, e segue com uma porcentagem ainda duas vezes maior que a média global, que subiu de 19% para 23% do primeiro para o segundo trimestre.
Números
Dólar a R$ 1,95 é o que boletim do BC prevê para o fim deste ano. Na semana passada, a moeda norte-americana subiu 0,5%, atingindo uma alta de 9% em 2012. O dólar é influenciado, principalmente, pela crise europeia e pela desaceleração chinesa.
Selic a 7,5% ao ano é a previsão do mercado financeiro para a taxa básica de juros neste ano. Para 2013, a aposta é de que a Selic fique em 8,5% ao ano. Na quarta passada, o Copom reduziu a taxa de 8,5% para 8,% ao ano, uma nova mínima histórica.
A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do boletim Focus pesquisa com analistas financeiros divulgada toda semana pelo Banco Central (BC) foi mais uma vez revisada para baixo, ontem. Agora, a previsão de expansão da economia brasileira em 2012 está em 1,90%. Na semana passada, a projeção do mercado era de 2,01%. Esta foi a décima semana seguida em que o índice foi revisado para baixo.
Rompida a barreira dos 2%, especialistas acreditam que as projeções podem ser rebaixadas novamente nas próximas semanas.
No mês passado, os economistas do Credit Suisse reduziram de 2% para 1,5% a projeção de crescimento para a economia brasileira em 2012. Na oportunidade, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, desdenhou a projeção da instituição financeira suíça. "É uma piada", disse Mantega. Em maio, o ministério estimou que o PIB cresceria 4%. Mas para alcançar este número, a economia brasileira precisaria registrar crescimento anualizado de 17% no segundo semestre.
Novas baixas
O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, afirma que a previsão do PIB deve baixar ainda mais, em função da baixa confiança na retomada da economia brasileira. A consultoria estima que o crescimento fique em 1,5% no ano. "Não é apenas por conta da crise externa, mas pela falta de reformas da economia. A indústria não cresce na mesma margem desde 2010, antes do pior da crise lá fora começar", explica. Ele conclui que a crise externa foi um elemento para piorar ainda mais o cenário doméstico, começando a atingir os serviços também.
Thaís Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados, confirma o sentimento. A consultoria revisou a sua projeção de 2,3% para 1,7%. Na avaliação de Thaís, as projeções para este ano continuarão sendo revisadas por conta do ambiente internacional. "A Europa se mantém estável, mas continua na UTI".
A revisão da projeção de alta da economia chinesa também preocupa. O economista Pedro Ramos, do Banco Sicredi, ressaltou que o ideal para um país exportador de commodities como o Brasil seria que a China tivesse um crescimento de 9%. Na sua avaliação, os chineses crescendo menos pode significar preços mais baixos das commodities, já que o país é um referencial para a definição dos preços internacionais.
Segundo o economista Lucas Dezordi, professor de Macroeconomia do FAE Centro Universitário, a desaceleração da economia brasileira é natural e um crescimento de 1,8% seria normal para que a média de 4% ao ano, desde 2010, fosse mantida.
Ele afirma que o governo federal tem margem de manobra para promover uma retomada a partir do último trimestre do ano. "É possível aumentar o nível de investimentos. Em um cenário de menores juros, a administração estatal tem fôlego para aumentar o gasto com estrutura, o que puxaria o PIB", afirma. Ele acredita, também, que a política de incentivo ao consumo não está esgotada e ainda pode apresentar resultados.
Produção industrial
Apontada como um dos maiores vilões, a produção industrial teve a sétima revisão negativa publicada pela pesquisa Focus. A estimativa de crescimento do setor ficou em 0,09%. Há um mês, a projeção era de 0,63%. O boletim do BC prevê, também, que a Selic deve fechar 2012 a 7,5% e o dólar, a R$ 1,95.
FMI vê maior fragilidade na economia global
Agência O Globo
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu de 3,1% para 2,5% a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2012, segundo a atualização do relatório "Projeções para a Economia Mundial", divulgado ontem. O corte foi um dos mais amplos entre as principais economias analisadas. No entanto, o Fundo elevou de 4,1% para 4,6% a expectativa de alta do PIB brasileiro em 2013, como reflexo das medidas de estímulo que estão sendo tomadas.
Segundo a equipe do economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, após um primeiro trimestre de sinais animadores, a economia global voltou a apresentar sinais de fraqueza entre abril (quando o relatório anterior fora divulgado) e junho e os riscos "permanecem muito elevados". As principais contribuições foram a nova onda de tensão financeira na zona do euro e sua periferia e a desaceleração das economias emergentes. A projeção para o crescimento global em 2012 foi revista de 3,6% para 3,5% e em 2013, de 4,1% para 3,9%. O ajuste foi pequeno porque o primeiro trimestre registrou resultados melhores do que o FMI projetava. O Fundo alerta, porém, que a situação econômica global é frágil e "essas previsões se apoiam em duas hipóteses importantes: que haverá medidas suficientes para permitir a descompressão gradual das condições financeiras na periferia da zona do euro e que as políticas expansivas nas economias emergentes ganharão tração".
Principal economia emergente, a China teve sua expansão revisada para baixo tanto em 2012 de 8,2% para 8,0% como em 2013 8,8% para 8,5%. Entre os países ricos, o FMI manteve inalterada a previsão de contração de 0,3% na economia da zona do euro e reduziu de 0,9% para 0,7% a expansão do próximo ano. Os EUA tiveram a previsão de PIB diminuída de 2,1% para 2% em 2012 e de 2,4% para 2,1% em 2013. O relatório do FMI alerta para a necessidade de um compromisso na implementação rápida de políticas que visem a tirar os países da crise ou a evitar criar novos pontos de tensão para a economia global, tanto nas nações ricas quanto nas emergentes.
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