Analistas preveem um bom cenário para o mercado de ações em 2010, apesar da previsão de forte volatilidade. Depois de um ano de recuperação de preços dos principais papéis, a expectativa agora é que as empresas retomem o processo de abertura de capital, principalmente no primeiro semestre, já que na segunda metade do ano as eleições devem esfriar um pouco esse movimento.
A consultoria PricewaterhouseCoopers estima que pelo menos 20 empresas façam sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no próximo ano. Em 2009, apenas quatro companhias abriram capital, mesmo número do que no ano anterior. "Não chegaremos ao recorde de 2007, quando tivemos 66 ofertas, mas trata-se de uma boa retomada", diz Carlos Peres, sócio da Price para o Paraná e Santa Catarina.
Ibovespa
Na avaliação das corretoras, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tem potencial para ultrapassar a marca dos 80 mil pontos em 2010. Na prática significa superar o recorde 2008, de 74 mil pontos. A Bradesco Corretora prevê 81 mil pontos no fim do ano, com destaque para mineração e siderurgia. A WinTrade projeta uma pontuação de 89 mil, impulsionada por papéis relacionados à demanda interna, como construção civil, bens de consumo, varejo, infraestrutura e bens de capital, segundo o analista José Góes.
De acordo com Góes, no entanto, muitos papéis não deverão repetir a forte recuperação de 2009. Boa parte da alta deste ano foi explicada pelos preços extremamente deprimidos das ações no fim de 2008. Na época, houve uma busca desenfreada por liquidez, sobretudo por parte dos bancos mundiais que precisaram fazer caixa para honrar as perdas lá fora.
No momento em que o desespero começou a se dissipar, com o afastamento do medo de uma quebradeira bancária em todo o mundo, os investidores passaram a distinguir os fundamentos das economias e correram para aproveitar as barganhas do mercado acionário.
Para o Banco Fator, a projeção é de alta, mas com muita oscilação, principalmente no primeiro trimestre. De acordo com relatório da instituição, o ambiente externo ainda pode registrar alguns percalços como os recentes problemas em Dubai e as eleições prometem agitar o mercado. Com previsão de que a bolsa atinja os 81 mil pontos, o banco recomenda as carteiras de bancos, bebidas e alimentos, telecomunicações, educação e saúde.
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