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Além do Brasil, a Daimler deve cortar 1.240 empregados nos Estados Unidos e no México | SASCHA SCHUERMANN/AFP
Além do Brasil, a Daimler deve cortar 1.240 empregados nos Estados Unidos e no México| Foto: SASCHA SCHUERMANN/AFP

A Mercedes-Benz, uma marca da Daimler, vai cortar dois mil postos de trabalho no Brasil. A afirmação foi dada pelo presidente-executivo da Daimler Trucks, Wolfgang Bernhard, em evento com investidores na Alemanha. Segundo ele, os cortes deverão gerar uma despesa de 100 milhões de euros.

A subsidiária brasileira confirma o excedente em sua fábrica em São Bernardo do Campo, em São Paulo, o que “inevitavelmente precisa ser reduzido.” A empresa não desmentiu a entrevista de Bernhard na Alemanha.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC afirmou que não foi informado de nenhuma demissão em massa na Mercedes-Benz. Segundo a entidade, a montadora informou o número de postos de trabalho a mais que mantém na fábrica do ABC e que abriria um PDV (Programa de Demissão Voluntária). “Se ocorrer medidas como essa vamos negociar para manter os empregos na fábrica”, informou o sindicato.

No início do mês, a Mercedes abriu o PDV para todos os funcionários da fábrica e oferece condições que podem chegar a R$ 115 mil, dependendo do tempo de casa do funcionário. Além disso, a montadora colocou em licença remunerada um grupo de cerca de 1,8 mil empregados por tempo indeterminado.

Confirmando-se a demissão dos dois mil funcionários, a unidade do ABC terá desligado, desde 2013, cinco mil pessoas, entre aposentadorias, demissões e PDVs abertos nesse período.

Retração

O mercado de caminhões caiu, até maio, 31,2%, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Foram vendidos no período 21,38 mil unidades. Em maio, as montadoras instaladas no país empregavam 128 mil pessoas, 10 mil a menos do que o quadro de funcionários de um ano atrás.

Além do Brasil, a Daimler deve cortar 1.240 empregados nos Estados Unidos e no México, segundo Bernhard. Ele disse que não descartaria mais layoffs (suspensão de contratos) nos EUA se o mercado de caminhões naquele país encolher mais que os 15% esperados neste ano.

A Daimler Trucks atualmente emprega 13.700 trabalhadores nos EUA e cerca de 11.500 no Brasil, disse uma porta-voz.

No mês passado, a Daimler alertou que as vendas e lucros na divisão de caminhões cairiam significativamente em 2016 devido à demanda mais fraca nos EUA e no Brasil.

No entanto, Bernhard negou que a companhia necessite tomar medidas mais drásticas.

“Não precisamos de um programa adicional, podemos reagir rapidamente e flexivelmente a condições de mercado em transformação”, disse Bernhard, citando passos para reduzir as durações das montagens de caminhões e diminuir seu portfólio de veículos pesados.

“Se queremos permanecer competitivos, precisamos construir mais veículos com menos pessoas”, disse Stefan Buchner, chefe regional da divisão de caminhões para Europa e América Latina.

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