Depois de inúmeros adiamentos, a Alemanha, enfim, se comprometeu publicamente a aumentar o volume dos fundos para a zona do euro resgatar países em crise. Ainda assim, em menor escala do que o mercado e as autoridades europeias desejavam. Ontem, a chanceler Angela Merkel declarou que seu governo fará uma proposta de aumento dos fundos europeus de resgate para 700 bilhões de euros, sendo que 200 bilhões de euros já estão comprometidos em empréstimos a Grécia, Portugal e Irlanda.
O desejo da Comissão Europeia era de alcançar 940 bilhões de euros em recursos, mais que dobrando o volume atual, de 440 bilhões de euros. Se descartados os empréstimos atuais, haveria 740 bilhões de euros disponíveis. Isso seria alcançado pela combinação do provisório Fundo Europeu de Estabilidade Financeira e do Mecanismo Europeu de Estabilidade, fundo permanente que passa a funcionar em julho, com recursos de até 500 bilhões de euros.
Merkel tem resistido ao aumento do volume de dinheiro disponível nesses fundos por temer a reação dos parlamentares alemães, inclusive dos integrantes de sua coalizão, à necessidade de o país oferecer mais dinheiro para a zona do euro. Por outro lado, a comunidade internacional a pressionava a aceitar esse aumento, defendido inclusive pelo governo americano e pelo Fundo Monetário Internacional.
Esses recursos são importantes para evitar um calote da dívida nos países mais afetados pela crise, o que levaria a um contágio nos outros países, pois o setor bancário europeu está repleto de títulos de dívidas nacionais.
Pela proposta de Merkel, o limite de 700 bilhões de euros seria temporário, e voltaria a 500 bilhões de euros no meio do ano que vem. Em compensação, aceleraria a integralização do capital do Mecanismo Europeu de Estabilidade, que já começaria com mais dinheiro. Os ministros das Finanças da zona do euro devem chegar a uma decisão na sexta-feira, quando se reunirão em Copenhague, na Dinamarca.
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