A chanceler alemã Angela Merkel reiterou neste domingo (17) ser fundamental o envolvimento do setor privado em um novo pacote de ajuda à Grécia. Ela disse não querer que o país declare a suspensão do pagamento de suas obrigações de dívida. "Estamos tentando de tudo para evitar (o default)", afirmou. "Mas eu digo muito claramente: uma parceria com investidores privados mostra que, na Grécia, temos um problema único devido ao volume muito, muito alto de dívida."
A Alemanha insiste que o envolvimento do setor privado no socorro ao país seja voluntário. Uma das propostas é que os investidores aceitem alongar os prazos de vencimento dos títulos gregos existentes. Essa estratégia, contudo, pode ser considerada um "default seletivo" pelas agências de classificação de risco, como Moody's, Fitch e Standard & Poor's. O Banco Central Europeu (BCE) advertiu que isso poderia abalar profundamente os mercados financeiros.
A esse respeito, Merkel disse que a União Europeia (UE) deve criar sua própria agência de classificação para equilibrar a avaliação das agências privadas. "Acho que, no médio prazo, é importante que a Europa tem uma agência de rating, também."
Os líderes da zona do euro estão se preparando para se reunir em Bruxelas, na quinta-feira, a fim de definir as linhas gerais para um novo pacote de ajuda à Grécia. Merkel disse que a cúpula só seria útil se os líderes concordassem por antecipação com um esboço concreto para o novo programa.
"Eu só vou viajar para lá se houver a possibilidade de um resultado", disse. Mas ponderou: "Naturalmente, o acordo ainda está sendo trabalhado, e não há muito o que discutir. Eu configurei minha agenda para que eu tenha tempo para viajar para lá quinta-feira e eu acho que é urgentemente necessário." As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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