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A Transpetro, braço de transportes da Petrobras, continua importando cerca da metade do aço do que utiliza em seus navios, para evitar que a alta do produto no mercado interno eleve o preço das embarcações que constrói para atender a estatal, informou o presidente da empresa, Sérgio Machado, em almoço com empresários.

"Continuamos vendo caso a caso da licitação [para compra de aço]. Quando a Usiminas oferece preço bom compra aqui [no Brasil], e ultimamente tem sido bastante assim. Queremos uma indústria competitiva", disse Machado, referindo-se à principal fornecedora de aços para navio do Brasil.

Repetindo o mantra da Petrobras, de que apoia a política de conteúdo nacional do governo, mas "não a qualquer preço", Machado afirmou que se a indústria brasileira não tiver competitividade, os estaleiros nacionais não poderão competir de igual para igual no exterior.

Segundo ele, até 2018/19 as encomendas da Petrobras garantem o funcionamento pleno dos estaleiros. Depois disso, a indústria deverá ser capaz de receber também pedidos de fora, para continuar crescendo junto com outras eventuais encomendas da estatal.

Depois de terem chegado ao fundo do poço na década de 1980, por falta de encomendas, os estaleiros brasileiros ressurgiram com as encomendas da Petrobras no governo Lula, que baseou na revitalização da indústria naval parte da sua campanha eleitoral em 2002. Passados dez anos, a indústria naval brasileira têm a terceira maior carteira de encomendas do mundo.

"Estamos no ritmo certo, foi muito difícil sair da inércia, mas já foram entregues cinco navios", avaliou o executivo que está há mais de dez anos à frente da estatal.

Em 2004, um ano após assumir, Machado encomendou à indústria 49 navios no âmbito do Promef (Programa de Modernização de Expansão da Frota). Desse total, apenas cinco foram efetivamente entregues e mais um é aguardado para os próximos dias, batizado com o nome do ex-vice-presidente da República José de Alencar, morto em 2011.

Para o início de 2014 está sendo esperado o Dragão do Mar, construído no Estaleiro Atlântico Sul, que atrasou em pelo menos dois anos a entrega do seu primeiro navio, João Cândido, entregue em 2012.

O primeiro navio da nova leva foi construído no Estaleiro Mauá, no Rio de Janeiro, e batizado como o nome do economista Celso Furtado. Atualmente mais oito navios estão em construção.

"A tendência é atrasar menos daqui para frente", explicou Machado, "vai se criando uma curva de aprendizado".

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