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Campanha salarial

Metalúrgicos da Bosch iniciam greve por tempo indeterminado

Empresa tem cerca de três mil empregados, dos quais 2,6 mil participaram das duas assembleias que decidiram pela paralisação. Desde as 5h30, quando deveria começar o primeiro turno na fábrica, as atividades estão suspensas, segundo o sindicato

Os trabalhadores da fábrica da Bosch na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) decidiram nesta terça-feira (17) entrar em greve por tempo indeterminado. Segundo a assessoria de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a empresa tem cerca de três mil empregados, dos quais 1,9 mil participaram da assembleia que decidiu pela paralisação. Desses, 1,4 mil votaram pela paralisação. Desde as 5h30, quando deveria começar o primeiro turno na fábrica, as atividades estão suspensas, afirma a entidade.

Por volta das 14 horas houve nova assembleia na Bosch, e a maioria votou pela greve. Dos 700 colaboradores do turno da tarde, 600 votaram pela adesão ao movimento, de acordo com o sindicato. "Os funcionários que não votaram pela greve ocupam cargos de supervisão, de chefia ou são do administrativo", disse Jurandir Ferreira, diretor do SMC.

A categoria tem data-base em 1º de dezembro e está em campanha salarial. Entre as principais reivindicações, os metalúrgicos pedem um aumento real de 3,7% mais a inflação acumulada nos últimos 12 meses (4,13%, segundo o INPC); abono salarial de R$ 2 mil; além de vale-mercado de R$ 130.

De acordo com o sindicato, a última proposta feita pela Bosch é de aplicar somente o reajuste referente à inflação em dezembro de 2009, deixando o aumento real de 3,5% somente para dezembro de 2010. Outra reclamação dos empregados está no fato de a companhia querer dividir o abono salarial em duas parcelas, a serem pagas em dezembro e em fevereiro de 2010.

Houve concentração dos metalúrgicos em frente às portas da fábrica na CIC para a votação do indicativo de greve, mas, segundo o diretor do SMC Jurandir Ferreira, logo após a assembleia os trabalhadores retornaram às suas casas. "Ficaremos esperando um novo posicionamento da empresa. Caso haja uma nova proposta, votaremos novamente em assembleia, na manhã desta quarta-feira (18), a continuidade ou não da paralisação", diz.

A fábrica da Bosch em Curitiba produz sistemas de injeção para veículos com motores movidos a diesel. Na segunda-feira, os trabalhadores fizeram um protesto de duas horas em frente à fabrica e anunciaram a possibilidade de deflagrar greve por tempo indeterminado.

Procurada pela reportagem, a Bosch informou, em nota, que sofreu forte redução em suas vendas em relação a 2008, mas que, ainda assim, "apresentou uma nova proposta ontem [segunda-feira] ao Sindicato dos Metalúrgicos da região". A companhia confirmou que a unidade de Curitiba está parada. Segundo a empresa, a fábrica estava funcionando em dois turnos. Detalhes sobre o volume de produção que vem sendo desenvolvido não foram divulgados.

Já o sindicato argumenta que o número de trabalhadores na referida unidade da Bosch caiu de 4,8 mil para 3 mil por causa da crise econômica mundial, por isso a empresa poderia negociar os benefícios pedidos. "A produção está se recuperando e os gastos com pessoal são menores, por isso esperamos uma proposta melhor da empresa", afirmou Ferreira.

Leia a nota da empresa na íntegra:

"Em relação à negociação de data-base da unidade da Bosch Curitiba, a empresa informa que, mesmo face à forte redução de suas vendas em relação a 2008, apresentou uma nova proposta ontem ao Sindicato dos Metalúrgicos da região. A empresa entende que a proposta é coerente com a situação dos negócios, contribuindo para assegurar a sua competitividade e sustentabilidade no médio e longo prazo.

A Bosch respeita o direito de manifestação dos trabalhadores, esclarece que se mantém aberta ao diálogo com o sindicato e informa ainda que está adotando os procedimentos legais para assegurar o direito aos trabalhadores que desejem retornar às suas atividades normais. A empresa acredita que só em conjunto com seus colaboradores e seus representantes é possível garantir a perenidade dos negócios."

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