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setor automotivo

Metalúrgicos da Volks no ABC aprovam PPE e redução de 20% da jornada

Trabalhadores da unidade de São Bernardo do Campo (SP) deverão aderir ao Programa de Proteção ao Emprego para evitar demissões

Metalúrgicos protestam contra demissão, em janeiro. Mudança acarretará em queda de 20% dos salários. | Edemilson Magalhães/Sindicato dos Metalúrgicos do ABC/Fotos Públicas
Metalúrgicos protestam contra demissão, em janeiro. Mudança acarretará em queda de 20% dos salários. (Foto: Edemilson Magalhães/Sindicato dos Metalúrgicos do ABC/Fotos Públicas)

Após acordo com a empresa, a maioria dos operários da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) aprovou, na tarde desta quinta-feira, 17, a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), do governo federal. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a proposta aprovada prevê redução de 20% da jornada de trabalho na unidade, com igual redução proporcional dos salários pagos pela empresa. Inicialmente, a medida vale por seis meses, prazo que poderá ser dobrado, caso necessário.

Em nota, a Volkswagen confirmou o acordo e informou que solicitará ao governo a adesão ao programa na fábrica do ABC, onde a Volks emprega cerca de 13 mil pessoas. A redução da jornada e dos salários só começa a valer a partir da data em que o Ministério do Trabalho validar o acordo. A expectativa do sindicato é de que a validação ocorra até o próximo dia 1.º de outubro. Questionada, a montadora não deu detalhes da proposta aprovada, nem que pretende aderir ao PPE em suas outras fábricas pelo país.

Redução salarial

Apesar de jornada e salários pagos estarem reduzidos em 20%, os trabalhadores da Volks só terão, na prática, 10% de redução salarial. A outra metade será bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), com limite de até R$ 900,84, como estabelece o PPE. No caso da montadora, o secretário-geral do sindicato, Wagner Santana, ressalta que a proposta aprovada tem um “avanço”: a empresa se comprometeu em complementar o salário dos trabalhadores cujos 10% que deveriam ser bancados pelo FAT superarem o limite de R$ 900.

“Ou seja, se a redução do salário do trabalhador que deveria ser compensada for de R$ 1,2 mil, por exemplo, R$ 900 virão do FAT e a empresa complementa os R$ 300”, explicou. Outro “avanço”, acrescentou Santana, foi o acordo para que a redução salarial durante o PPE não incida sobre férias e 13º salário. “A adesão ao plano foi a melhor alternativa para esse período de crise. No Brasil, a forma mais barata de as empresas fazerem ajustes é a demissão. Na medida em que tem um programa que evita demissão, é uma alteração significativa”, avaliou o sindicalista.

Lay-off

O sindicato ressaltou que a adesão ao PPE reforça o acordo de estabilidade do emprego até 2019 aceito pelos trabalhadores em janeiro, em troca de congelamento de salário. Isso porque, pelo plano, a Volks não poderá demitir sem justa causa por até 16 meses, caso a redução da jornada dure 12 meses. Pela negociação, também ficou acertado que 630 trabalhadores da turma de quase 2,4 mil que estava em lay-off terão o retorno antecipado para o início de novembro. Eles voltam à fábrica com o grupo de 220 que estava suspenso desde junho. O restante só volta à fábrica em dezembro.

Com a decisão de hoje, a Volks se torna a terceira grande montadora a aderir ao PPE no Brasil. Já tinham aderido a Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (também com redução de 20% da jornada), e a fabricante de máquinas agrícolas Cartepillar, na fábrica de Piracibaca (SP). Fabricante de caminhões e ônibus da Volkswagen no Brasil, a MAN Latin América também está estudando aderir ao PPE em Resende (RJ) a partir de janeiro de 2016.

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