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A greve dos metalúrgicos da Volkswagen chegou ao sexto dia nesta terça-feira (10) e não será encerrada, pelo menos, até quinta-feira (12). A empresa manteve a proposta de R$ 4,6 mil para antecipação de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), e a segunda para ser discutida posteriormente. Os trabalhadores não aceitaram a oferta, em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, e marcaram a próxima votação sobre os rumos da paralisação para quinta-feira.

A audiência de conciliação e instrução realizada no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), na segunda-feira (9), terminou sem acordo. A Volks apresentou a mesma proposta e o sindicato reivindica PLR de R$ 12 mil, com adiantamento de R$ 6 mil.

A tentativa de negociação no TRT ocorreu em meio à polêmica causada por uma entrevista concedida pelo presidente da Volkswagen Brasil, Thomas Schmall, ao jornal O Estado de São Paulo. Schmall declarou que "é melhor aceitar parar a fábrica do que pagar o que estão pedindo. É mais barato ficar em greve do que pagar e estragar todo o plano futuro da empresa". Segundo a desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão, que presidiu a audiência no TRT, a declaração de Schmall "impediu qualquer tentativa conciliatória". O dissídio será levado a julgamento. O TRT-PR fixou prazo de cinco dias para o sindicato e a empresa se manifestarem.

A fábrica de São José dos Pinhais tem 3,6 mil funcionários e produz 810 veículos por dia. De acordo com o sindicato, com a paralisação dos 3,1 mil metalúrgicos da montadora, três mil veículos Golf, Fox, Fox Exportação e Cross Fox deixaram de ser produzidos.

Outro lado

Em nota, a Volkswagen argumentou que a negociação da PLR deve levar em conta a realidade do mercado e do desempenho da fábrica. De acordo com a empresa, o salário de um horista da empresa em São José dos Pinhais é até 35% maior do que o pago por outras montadoras instaladas em diferentes regiões e que, entre 2006 e 2010, o aumento salarial desse empregado foi de 54,4% contra 27,3% na região do ABC Paulista. Além disso, neste mesmo período, o volume de produção das fábricas de São Bernardo do Campo e Taubaté cresceu 42% contra 3% registrado em São José dos Pinhais.

O presidente do SMC, Sérgio Butka, contestou a comparação salarial feita pela empresa e disse que não é válida. Segundo ele, as fábricas das montadoras instaladas em outros estados produzem carros populares, que não competem com os veículos produzidos no Paraná. "Os carros populares competem com os veículos produzidos nas unidades de São Paulo e lá os trabalhadores recebem até 40% a mais do que no Paraná", explica.

Entrevista coletiva

O sindicato contestou os números apresentados pela Volks sobre os valores salariais e convocou uma entrevista coletiva, na sede do SMC, para a tarde desta terça-feira (10), às 14 horas. A entidade representativa dos trabalhadores vai argumentar sobre os números divulgados pela empresa e apresentar novos índices. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Sócio Econômicos (Dieese) vai participar da coletiva do sindicato.

Também serão divulgados os resultados das campanhas salariais que já foram negociados com outras montadoras.

Acordo

Os trabalhadores da Renault e da Volvo já aceitaram a proposta de PLR feita pelas empresas. A Renault, que não teve a produção paralisada, vai pagar R$ 12 mil, em duas parcelas, aos trabalhadores.

A Volvo chegou a fazer uma audiência de conciliação e fechou acordo com os trabalhadores para pagamento de R$ 15 mil, em duas parcelas, com adiantamento de R$ 7 mil nesta semana.

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