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Tacla, da Metso: potencial de crescimento dos negócios é grande | Divulgação
Tacla, da Metso: potencial de crescimento dos negócios é grande| Foto: Divulgação

Produção de bens de capital sofre maior tombo em três anos

Luiz Felipe Marques, com Agência Estado

A produção industrial caiu 2,1% na passagem de dezembro para janeiro, na série com ajuste sazonal, em um resultado muito influenciado pela redução de 30,7% na produção de veículos automotores. A categoria de bens de capital (máquinas para a indústria e veículos de transporte) reduziu sua produção em 16%, no maior tombo desde dezembro de 2008 – quando, afetada pela crise internacional, a atividade registrou baixa de 23,5%.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14 dos 27 ramos industriais monitorados produziram menos em janeiro. O gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Ma­­cedo, atribui parte da queda a "fatores pontuais". "Precisamos esperar a leitura de fevereiro para entender que rumo a indústria está tomando", disse.

Nas comparações entre janeiro de 2012 com o mesmo mês do ano passado, os resultados também foram ruins. A produção geral caiu 3,4%. Também neste caso, o segmento de veículos automotores, que diminuiu a produção em 26,7%, exerceu o maior impacto negativo.

Na comparação com janeiro de 2011, a produção de bens de capital baixou 13%, sofrendo grande influência do grupo de bens ligados a transportes – basicamente caminhões, ônibus e chassis –, cuja atividade caiu 26,3%.

Segundo o IBGE, as baixas do setor automobilístico são resultados de férias coletivas. Segundo a Anfavea, representante das montadoras, foram produzidos 4.415 caminhões e ônibus no primeiro mês de 2012, 74,2% a menos que um ano antes (17.133). O movimento é confirmado por parte das montadoras: a curitibana Volvo, por exemplo, ficou parada até 23 de janeiro, quando os trabalhadores retornaram das férias.

O crescimento do mercado de celulose, papel e energia colocou o Brasil no radar de investimentos da fabricante de máquinas e equipamentos finlandesa Metso Paper, que inaugura hoje em Araucária uma nova fábrica, que absorveu investimento de R$ 42 milhões. A Metso transferiu para Araucária as operações que tinha na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) desde o fim da década de 1970. Além de maior que a anterior, a nova fábrica vai centralizar as operações dessa divisão para a América do Sul. O novo projeto gera 400 empregos.

A região América do Sul e Central, na qual o Brasil é a principal operação, alcançou em 2011, pela primeira vez, o posto de segundo maior mercado em encomendas do grupo no mundo, atrás apenas da Europa. Dos 8 bilhões de euros em pedidos para a Metso em diversas áreas – papel, celulose, mineração e construção –, 24% vieram da região. A Europa ficou com 31%.

"Existe um potencial muito grande de crescimento dos negócios, principalmente no segmento de celulose, cuja capacidade produtiva deve crescer 40% na América do Sul nos próximos cinco, seis anos", diz Celso Tacla, presidente da Metso Paper para a América do Sul.

Além dos empreendimentos de celulose, os setores de sacos e embalagens, papéis sanitários e painéis de madeira devem puxar os negócios. Tacla adianta que a empresa já avalia a possibilidade de uma ampliação na fábrica de Araucária, fase que ficaria pronta em meados de 2015, mas diz que não há valores de investimentos definidos.

Megacontrato

Antes mesmo de ser inaugurada, a unidade de Araucária, originalmente prevista para receber R$ 30 milhões, absorveu mais R$ 12 milhões em investimentos, depois que a Metso fechou um megacontrato com a Suzano Papel e Celulose. A Metso responde por cerca de 60% do acordo de fornecimento, avaliado entre 800 milhões e 900 milhões de euros. Para tanto, a empresa deve investir, ainda neste ano, entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões em um centro de serviços para atender à gestão e à montagem da unidade da Suzano, localizada em Imperatriz (MA).

Segundo Tacla, a alta competitividade do setor de celulose vem provocando a migração dos investimentos do setor da Europa para os países emergentes. A grande preocupação, contudo, é com o fornecimento e os custos da mão de obra qualificada. "No auge das obras da Suzano, teremos 5 mil pessoas no canteiro. Será um desafio", diz.

Com faturamento líquido de 6,6 bilhões de euros no ano passado, a Metso atua ainda na área de construção e mineração, cuja principal operação fica a cargo da fábrica de Sorocaba (SP). A inauguração da fábrica hoje deve contar com a presença de representantes de 200 clientes do grupo, além do presidente mundial da área de papel, celulose e energia, Pasi Laine.

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