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Milhares de pessoas tomaram as ruas de várias cidades do Brasil neste sábado (20) para protestar contra a construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu (Pará), que deixará cerca de 50.000 índios e lavradores desabrigados, segundo diversos movimentos sociais.

As maiores manifestações foram realizadas em São Paulo e Belém, cuja região sul abrigará a terceira maior hidrelétrica do mundo depois de Itaipu, compartilhada por Brasil e Paraguai, e a chinesa Três Gargantas.

"A represa de Belo Monte significa a última punhalada no coração da Amazônia", declarou em Belém o presidente do Conselho Indigenista Missionário, Erwin Krautler, que é também bispo prelado do Xingu, região onde as obras inundarão 516 quilômetros quadrados de floresta e que, segundo os povos ribeirinhos, vai obrigar a remoção das famílias de cerca de 50.000 pessoas.

Além de Belém, onde 2.000 pessoas se mobilizaram, e São Paulo, houve manifestações similares em Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza, João Pessoa, Recife, Salvador, Santarém, Florianópolis, Cuiabá, Manaus e Belo Horizonte.

Os manifestantes entoaram palavras de ordem contra as obras e lembraram que contam com o apoio de diversos organismos tanto do Brasil como do exterior, entre os que citaram a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a Anistia Internacional.

O projeto de Belo Monte foi criado na década de 1970 pela ditadura militar e ressuscitado nos últimos anos pelo Governo do atual ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na retomada do empreendimento também teve um importante papel a atual presidente Dilma Rousseff, que foi uma de suas impulsoras como ministra de Lula e o considera como uma das iniciativas energéticas mais significativas para a Amazônia.

A hidrelétrica de Belo Monte, que deverá entrar em operação em 2015, será construída a um custo de US$ 10,6 bilhões e sua capacidade de geração será de um máximo de 11.233 megawatts nos períodos de cheia do rio Xingu.

O Governo defende a necessidade desta represa para garantir o abastecimento de energia ao país e nega que a obra vai inundar as terras indígenas.

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