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Os ministros das Finanças da União Europeia voltaram a se reunir nesta segunda-feira em Bruxelas em busca de uma solução para o resgate financeiro internacional para a endividada Grécia. Mas o clima é de pessimismo. Fontes da delegação grega ouvidas pelo diário alemão "Süddeutsche Zeitung" afirmam que o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, deve defender a moratória da dívida de seu país. Os rumores provocaram a inquietação do maior credor da Europa — a Alemanha. O equivalente alemão, Wolfgang Schäuble, reagiu com ceticismo. E chamou de irresponsável o novo governo de esquerda eleito na Grécia.

"Sinto muito pelos gregos. Eles elegeram um governo que no momento se comporta de maneira bastante irresponsável", afirmou Schäuble à rádio alemã Deutschlandfunk.

Segundo Schäuble, a Grécia estava em um bom caminho para resolver a crise até a posse do governo do novo premier grego, Alexis Tsipras, há duas semanas. O alemão insistiu que, para que os gregos continuem recebendo ajuda de outros países do bloco europeu, terão que provar como, no futuro, poderá garantir os recursos para financiar suas próprias pretensões. Em outras palavras, Berlim defende que Atenas se comprometa com medidas de austeridade — completamente contrárias à plataforma social do partido governista grego Syriza.

De acordo com o "Süddeutsche Zeitung", Varoufakis deve tentar prolongar as negociações por pelo menos três ou quatro meses, período onde o país poderia realizar mais emissões de dívida de curto prazo, que permitam a Atenas cumprir seus pagamento pelo menos até setembro.

Inspiração em Kant

Em um artigo publicado nesta segunda-feira no diário americano "New York Times", o ministro grego das Finanças garantiu não estar blefando. Varoufakis disse, ainda, que não pretende "cruzar as linhas vermelhas" que seu governo delineou nas negociações com os credores, "quaisquer que sejam as consequências". Num recado à Alemanha, ele afirmou também que os planos gregos não são influenciados por uma agenda da esquerda radical — mas pelo filósofo alemão Immanuel Kant, dizendo que fazer o que é certo é imperativo.

Varoufakis se disse convencido de que tem apenas uma opção: "fugir à tentação de usar este momento fundamental como uma experiência em estratégia e, em vez disso, apresentar honestamente os fatos relativos à economia grega".

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