• Carregando...

O ministro de Hidrocarburos da Bolívia, Andrés Soliz, disse nesta quarta-feira que não é correta a decisão da Petrobras de querer negociar a questão do gás diretamente com a estatal boliviana HYBF. Segundo ele, a negociação deverá se dar "entre governos, e não entre empresas".

Ele também disse que a nacionalização das reservas de gás é "irreversível", horas antes de reunir-se com o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, em La Paz.

- Ficou definido em Porto Iguaçu (Argentina) que a discussão sobre a nacionalização se daria, preferencialmente, de governo para governo - disse, referindo-se ao encontro da semana passada entre os presidentes de Bolívia, Brasil, Argentina e Venezuela.

- Os governos instruirão suas respectivas companhias petroleiras sobre o curso da negociação para que ela não tenha caráter estritamente empresarial, enfatizou.

Soliz explicou que, da perspectiva boliviana, os volumes e preços da exportaçõa de gás natural para o Brasil são um assunto bilateral e que deverão ser negociados.

- Mas o regime tributário e outras medidas da recente nacionalização competem apenas à Bolívia - ressaltou.

Mostrando aparente disparidade de critérios entre o governo brasileiro e a Petrobras, Soliz disse que preferia ficar com a declaração de terça-feira, do chanceler brasileiro, Celso Amorim, no sentido de que no diálogo binacional a racionalidade deve se sobrepor À emotividade.

- Nós também queremos racionalidade. Não há nenhuma imposição do governo da Bolívia, se não um desejo de negociação - disse.

Soliz também qualificou como "óbvias" as reações do Brasil em relação às medidas bolivianas. E disse que a Bolívia quer aproximar o preço do gás natural vendido ao Brasil, hoje em torno de US$ 3,60 por milhão BTU (unidade britânica de medida), dos valores cobrados no mercado internacional, em torno de US$ 8 a US$ 10 por milhão de BTU.

O ministro assegurou que o Brasil terá as respostas às suas inquietudes em relação à expropriação parcial das refinarias adquiridas pela Petrobras na década passada por US$ 100 milhões.

Gabrielli chegou na noite desta terça-feira para se reunir durante a manhã desta quarta-feira com o Soliz. O ministro de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, também participa do encontro.

Na terça-feira, a subsidiária da Petrobras na Bolívia divulgou uma nota em que afirmava que a nomeação de executivos para empresa, feita pelo governo boliviano, só poderia ser validada após uma série de procedimentos legais.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]