Brasília (AG) Preocupado em garantir o abastecimento de álcool e manter a estabilidade dos preços ao consumidor, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, vai cobrar a participação dos distribuidores do produto no acordo do álcool. Na semana passada, o ministro fechou um pacto com os produtores, que manteve o preço do litro do álcool anidro em R$ 1,05. Segundo o ministro, o momento agora é de envolver no compromisso os demais integrantes da cadeia: as distribuidoras e os postos de revenda.
"É preciso dividir o bônus e o ônus. As distribuidoras ganham com a venda do álcool e, portanto, devem ajudar a bancar os estoques. Da parte do governo não sairá dinheiro para isso. O que queremos é criar regras", disse o ministro da Agricultura.
A possibilidade de os preços subirem de forma geométrica no período da entressafra irritou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu providências a Roberto Rodrigues. O ministro contou que a preocupação não era com os reajustes que já tinham sido feitos, já que o período atual é de entressafra, mas sim com os aumentos que estariam por vir.
O que mais assustava Rodrigues era o impacto da polêmica, que se arrastou durante toda a semana passada, nas negociações que o Brasil tem feito no exterior, especialmente com os japoneses, para ganhar mais mercados para o etanol.
"Surgiu de tudo na mídia. Ameaça de confisco, redução da mistura do álcool anidro, especulação em torno de aumento explosivo de preços e risco de desabastecimento. São coisas que preocupam o consumidor brasileiro e deixam desconfiados nossos possíveis compradores", disse Rodrigues.
Ele assegurou que a posição do governo não é de intervir no setor. O grande desafio no momento, segundo o ministro da Agricultura, é criar um programa de estocagem bancado por todos os segmentos da cadeia produtiva sucroalcooleira.
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