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O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, reagiu às críticas na internet sobre os juros do programa Crédito do Trabalhador. Segundo ele, se as taxas fossem altas não teria ninguém contratando.
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Embora o programa prometa juros mais baixos, muitos usuários relataram que as taxas oferecidas são superiores às esperadas. Dados do Banco Central indicam que a taxa média para operações de crédito consignado no setor privado é de 2,92% ao mês. No entanto, relatos apontam para taxas acima desse patamar, levando à insatisfação de trabalhadores que esperavam condições mais favoráveis.
"Quem acha que os juros estão altos, pergunte ao pessoal que fez o contrato quanto estava pagando antes", declarou Marinho aos jornalistas, durante a coletiva sobre os resultados da criação de empregos em fevereiro - que atingiu quase 432,0 mil. O ministro recusou comentar mais sobre o assunto.
Na avaliação interna do governo, os juros devem baixar assim que mais bancos aderirem ao programa para aumentar a competitividade.
Outra controvérsia que vem sendo divulgada sobre o programa é a utilização de 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia para os empréstimos. Críticos argumentam que, enquanto o saque do FGTS é restrito para os trabalhadores, ele pode ser oferecido como garantia para instituições bancárias, o que é visto como injusto. Essa prática é comparada a um cenário onde o trabalhador utiliza seu próprio dinheiro e ainda paga juros por ele.
Mais de R$ 1 bilhão em empréstimos na 1º semana
Em uma semana de vigência, o Crédito do Trabalhador ultrapassou R$ 1,28 bilhão em empréstimos. De acordo com o Ministério do Trabalho, o valor se refere a quase 194 mil contratos firmados dentre as 11,6 milhões propostas de crédito.
A iniciativa, lançada pelo governo federal neste mês, oferece crédito com juros mais baixos para os trabalhadores do setor privado. Como garantia de pagamento, é possível utilizar até 10% do saldo do FGTS ou a totalidade da multa rescisória em caso de demissão. O valor das parcelas descontadas em folha não pode ultrapassar 35% do salário bruto.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indica que antes do programa eram 3,8 milhões de contratos com valor de R$ 40 bilhões. A estimativa aponta que agora a carteira de crédito aos trabalhadores privados pode chegar a R$ 120 bilhões.