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Os principais ministros de comércio se reuniram nesta quinta-feira para tentar resolver o impasse de como conseguir o comprometimento de líderes políticos visando a conclusão das negociações da Rodada de Doha até 2010.

O encontro entre os 35 ministros, que durou dois dias e ocorreu na Índia, numa tentativa de o país se livrar da imagem de ter colaborado com o fracasso das discussões, tem o objetivo de elaborar um roteiro para resolver questões remanescentes nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) até o fim do ano que vem, ao invés de lidar apenas com problemas específicos.

"Sejamos francos, vamos admitir que mesmo a determinação política evidentemente expressa ainda não foi traduzida em ações", afirmou o ministro indiano de Comércio e Indústria, Anand Sharma, durante discurso aos ministros.

O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, descreveu o dilema assim: "Dado o tipo de prazo que os líderes nos deram... dado o que acontece e o que não acontece na cozinha, em Genebra, precisamos de uma ligação mais forte entre o que é dito na sala de jantar e o que é feito na cozinha", disse.

As discussões de Doha, que estão em seu oitavo ano, podem gerar um acordo que impulsione a economia global em 300 a 700 bilhões de dólares por ano, segundo um estudo recente, apesar de haver outras estimativas mais baixas sobre os benefícios.

As negociações começaram na capital do Catar no final de 2001, com a intenção de criar novas oportunidades de comércio e remover desequilíbrios no comércio global que deixam os países em desenvolvimento em desvantagem.

Desde então, os negociadores deixaram passar muitos prazos que eles próprios se impuseram, enquanto exportadores e importadores, ricos e pobres, brigam sobre que tarifas e subsídios deveriam ser cortados e quais setores abrir.

Reta Final

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse durante a reunião que estava claro que as negociações estão agora na reta final --opinião já expressa por Lamy e pelo ministro do comércio australiano Simon Crean.

Declarar a reta final é importante uma vez que significa que os negociadores em Genebra podem começar a trabalhar nos últimos acordos.

Mas isso também sugere que não podem retomar a discussão sobre o que já foi, com muita dificuldade, concordado nos últimos anos ou levar o acordo numa outra direção.

"Isso implica presumir que já temos um esboço definido do acordo, que pode ser ajustado à margem, mas não pode ser mudado significativamente", disse Amorim durante o encontro.

Amorim, que apoia a possibilidade de um acordo, uma vez que o Brasil vem o Brasil é uma potência agrícola, alertou os Estados Unidos que não tentem mudar o objetivo determinado da rodada, de ajudar a criar novas oportunidades de negócios.

"Se quiser substituir e transformar a essência desta rodada..., uma rodada focada na agricultura, para algo que implica conseguir mais dos países emergentes no setor manufatureiro... aí ela não irá acontecer, é isso", disse à Reuters.

Amorim, Sharma e os outros ministros de países em desenvolvimento estão determinados em firmar a natureza de Doha como sendo uma de promoção do desenvolvimento.

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