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Os motoristas que converteram seus automóveis para rodar a Gás Natural Veicular (GNV) estão apreensivos com a recomendação da Petrobras para que os brasileiros "fujam" desta matriz energética e de que os preços do produto tendem a subir, especialmente em um momento de escassez de produção.

Há dez anos, o Rio foi o primeiro estado a estimular o uso do gás natural para veículos com desconto no imposto - a orientação para o uso do gás natural, vale lembrar, veio do próprio governo.

Atualmente, o abatimento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é de 75 % para os motoristas que usam o combustível no estado. É o maior incentivo do gênero no país.

Motoristas

Os motoristas do Rio de Janeiro estão preocupados com os recentes problemas no fornecimento de gás natural no estado - a Petrobras reduziu em 17% o repasse para a CEG, distribuidora de gás do estado, e isso pode deixar parte dos postos da cidade sem o GNV. Por enquanto, o abastecimento está garantido por uma liminar, mas a Petrobras já avisou que vai lutar para derrubá-la, fornecendo somente o gás estabelecido em contrato.

Há dois dias, a Petrobras chegou a reduzir o fornecimento às distribuidoras do Rio e de São Paulo para suprir as usinas térmicas. Os taxistas do Rio - a maioria deles usa o Gás Natural Veicular como combustível - e indústrias como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a alemã Bayer foram prejudicadas. De acordo com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o prejuízo com o corte temporário foi de R$ 19,6 milhões.

Com as dúvidas em relação ao abastecimento, a procura para conversão de carros a gás caiu em algumas oficinas. "Para ter uma idéia, eu faço uma média de dez carros por dia de conversão. E hoje eu estou com apenas três carros fazendo conversão", diz Fábio Souza, proprietário de uma oficina mecânica no Rio.

Futuro

Atualmente, parte do gás produzido nas plataformas de Campos, no estado do Rio, é queimada. O problema é que faltam dutos para levar o produto aos consumidores. De acordo com a Petrobras, porém, quase 90% do gás retirado nestas plataformas é aproveitado.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a situação vai melhorar com a entrada em operação de novos poços no Rio, em São Paulo e no Espírito Santo. Além disso, estão sendo construídos novos dutos. Com isso, a promessa é de que a oferta de gás no sudeste aumente só 200%. Mas isso só deve ocorrer no ano que vem.

"O gás que existe no brasil não é suficiente pra atender todo o mercado. A demanda cresceu 14% ao ano desde 2001. Um crescimento bastante grande. Então os investimentos que serão feitos agora será possível atender a partir de 2008", Maurício Tomalsquim, presidente da EPE.

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