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O movimento de cargas aéreas nas unidades da Infraero registrou queda de 7,2% no primeiro semestre deste ano em comparação com igual período do ano passado. Foram quase 50 mil toneladas a menos e as quedas mais significativas são justamente nos aeroportos que concentram maior volume de carga transportada: Guarulhos (-9,5%), Campinas (-11,6%) e Manaus (-7,7%).

A queda é resultado direto da retração econômica do país e mostra porque a recuperação está mais lenta, já que os produtos que chegam e saem via aérea são de altíssimo valor agregado, como componentes para computador, peças para carros, produtos farmacêuticos.

O valor médio do que é desembarcado nos aeroportos é de R$ 123/quilo, contra R$ 2/quilo no porto de Santos.

Do movimento da Infraero, estatal que administra os aeroportos públicos, 80% são importações, que caíram mais que as exportações.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) indicam que, nos primeiros sete meses do ano, as importações por via aérea recuaram 8,4%, enquanto as exportações caíram 6,3% em igual período. Os números do ministério englobam todo movimento de carga no país, não só os da Infraero.

Na lista das importações, máquinas, aparelhos e materiais elétricos recuaram 15,4%, enquanto produtos similares mecânicos tiveram queda de 14,3%. São importações de produtos que registram o recuo dos investimentos no país neste ano.

Segundo Wilson Périco, vice-presidente da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), a queda no mercado interno foi fortemente sentida na região. O maior impacto foi a redução do setor de motos.

Outro problema foi a queda na demanda por eletroeletrônicos, afetada pela concorrência chinesa.

Os números do segundo semestre não apresentam melhora por dois motivos. O primeiro é a greve de servidores públicos responsáveis pela liberação das cargas, entre eles a Receita Federal, a Polícia Federal e a Anvisa. Iniciadas em julho, elas fizeram com que grande volume de carga ficasse acumulado. Segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), a situação só deve se normalizar em 45 dias no estado, tanto em aeroportos como portos.

Outro fator é que o número de encomendas para o segundo semestre não está mostrando força, mesmo com os incentivos dados pelo governo para a produção.

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