As operações do Porto de Paranaguá ficaram comprometidas ontem por causa de uma greve dos cerca de 3 mil trabalhadores que prestam serviços aos terminais portuários. A paralisação começou às 19 horas de terça-feira. De acordo com os sindicatos que representam as categorias envolvidas no movimento, a greve será reavaliada na manhã de hoje, em uma reunião na Justiça do Trabalho.
A greve foi deflagrada porque uma no fim do mês passado a Vara do Trabalho de Paranaguá determinou que a escalação dos trabalhadores chamados de "avulsos", que atendem todos os terminais, seja feita por computador e organizada pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), e não mais pelos próprios sindicatos. Um sistema parecido foi instalado no Porto de Santos no fim de abril e está em funcionamento.
"Vão colocar trabalhadores no lugar errado com a escala aleatória", protesta o presidente do sindicato dos estivadores, Arivaldo José. A principal reclamação é que o sistema acaba com a divisão dos trabalhadores em dois níveis. Os "registrados" têm preferência nos sindicatos para escolher a função que querem desempenhar, enquanto os "cadastrados" ficam com as vagas que restam. Além dos estivadores, cruzaram os braços arrumadores, vigias, consertadores e conferentes.
A alteração no sistema de escala foi pedida em uma ação do Ministério Público do Trabalho com o objetivo de reduzir as diferenças entre os dois tipos de trabalhadores. O chefe de relações de trabalho da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), Fábio Lantmann, diz que o sistema eletrônico é o ideal, mas deve respeitar o rodízio de trabalhadores, pausa de 11 horas entre as jornadas e a escalação para apenas uma função por jornada. "O juiz deu cinco meses de prazo para os sindicatos se adequarem", destaca.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) ainda vai calcular as perdas provocadas pela paralisação. O órgão deixou de arrecadar tarifas referentes ao carregamento dos navios, enquanto os cerca de 40 operadores do porto ficaram sujeitos a multas que variam de US$ 20 mil a US$ 30 mil por dia, aplicadas pelos armadores.
O prejuízo foi maior entre os operadores de cargas gerais, como o terminal Compacta, que ficou com bobinas de papel paradas por falta de funcionários para carregar os cointêineres. O terminal Multitrans pagou multa de US$ 20 mil porque ficou sem poder desembarcar uma carga de fertilizantes. Os operadores de granéis operam com máquinas e sistemas computadorizados e, por isso, não pararam completamente.
-
Esquerda usa falácia sobre facções para criticar PEC das Drogas
-
Prefeitos do RS indignados com governo Lula na tragédia; acompanhe o Sem Rodeios
-
Governo prepara auxílio direto às famílias do RS atingidas pelas enchentes
-
Estratégia pró-judicialização de Lula pode reduzir sua influência na disputa da presidência da Câmara
Aposentados de 65 anos ou mais têm isenção extra de IR, mas há “pegadinha” em 2024
Esquerda não gostou de “solução” para o rombo compartilhada por Haddad; o que diz o texto
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
Bolsonaro 5 x 4 Lula: BC se divide sobre juros e indica rumo após saída de Campos Neto
Deixe sua opinião