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Grupo de intercambistas brasileiros do programa Seeds for Furture, da chinesa Huawei
Grupo de intercambistas brasileiros do programa Seeds for Furture, da chinesa Huawei| Foto: Divulgação - Huawei

O Brasil contrata mais profissionais do que forma em tecnologia há pouco mais de uma década, aprofundando um déficit que deve chegar a 260 mil até 2024. Anualmente, 381 mil vagas de ensino superior na área são oferecidas, mas apenas 120 mil delas são, de fato, ocupadas, segundo pesquisa da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). E para atender o mercado, gigantes como Dell, Huawei e IBM se unem a universidades para desenvolver cursos práticos gratuitos à população e formar talentos.

Há 20 anos no Brasil, a chinesa Huawei possui parceria com diversas instituições renomadas do país, como UnB (Universidade de Brasília), USP (Universidade de São Paulo), PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), para qualificar jovens profissionais em tecnologia no programa Fábrica de Talentos.

No polo tecnológico de Santa Rita do Sapucaí (MG), a multinacional ofereceu 1.500 horas de treinamento para 311 alunos de ensino médio e superior em dois anos, em colaboração com a Inatel. “Queremos antecipar a experiência prática dos alunos, ensinando, por exemplo, o que fazer quando chove e a rede cai. Quanto mais pessoas qualificadas, melhor para nós e para nossos fornecedores”, explica Amália Andreu Silva, gerente de recursos humanos da Huawei.

A gigante de tecnologia também leva universitários de diversos países para conhecer a fábrica na China pelo projeto Seeds for the Future (Sementes do Futuro). Este ano, 10 estudantes de instituições parceiras de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Tocantins passaram 15 dias entre Pequim e Shenzhen. Em quatro anos, 20 mil pessoas de 96 países já participaram do intercâmbio.

“Todos que conhecem a fábrica e o portfólio completo da marca na China desenvolvem melhor o trabalho na unidade brasileira. Com a experiência, os jovens também criam uma identidade com Huawei”, afirma Amália.

Como a Huawei, a IBM também trouxe à América Latina este mês um programa para qualificar jovens universitários e requalificar trabalhadores, mas com uma estratégia diferenciada: treinar os professores das universidades para que eles sejam o fio condutor do aprendizado.

Pelo Skills Academy, os profissionais participam de conteúdo prático nas áreas de inteligência artificial, cibersegurança, blockchain, internet das coisas, novas tecnologias e competências comportamentais. O treinamento é 75% online e 25% presencial. “Levamos casos reais da indústria curados com nossa experiência à sala de aula”, afirma Alcely Barroso, executiva de programas globais para universidades da IBM América Latina.

Na América Latina, a Saint Paul Escola de Negócios é a instituição parceira do projeto. Alcely, contudo, afirma que novas universidades podem integrar o programa em breve. “Queremos levar o treinamento para outros estados e regiões do continente. Estamos divulgando a parceria para que instituições interessadas nos procurem”, reforça ela.

Qualificação de profissionais com deficiência

Para ter candidatos mais preparados em processos seletivos e ocupar vagas de difícil contratação, a Dell desenvolve cursos gratuitos à distância para pessoas com deficiência e vulnerabilidade social, em parceria com a UECE (Universidade Estadual do Ceará).

Os treinamentos são abertos para todo Brasil e oferecidos em português e em libras. Entre os temas, estão os de programação em Java e Java Android, negócios e vendas e informática prática. “A Dell não é diferente de outras empresas em termos de dificuldades para contratar pessoas com deficiência. Por isso, decidimos qualificá-los para que eles possam trabalhar na área que quiserem e não sejam subcontratados”, destaca Eder Soares, gerente de projetos de inovação da Dell Technologies.

De acordo com Soares, mais de 2.400 profissionais participaram de treinamentos desde 2013 — quando os cursos começaram a ser oferecidos pelo LE@D (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação), da Dell. “Usamos a tecnologia para que a população e o país prosperem. Afinal, fazemos parte desse ecossistema também”, argumenta Soares, que é líder da unidade de Fortaleza da Dell Technologies.

Leia também: Existe salvação fora da universidade. E ela está no ensino técnico

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