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A ocupação na indústria do vestuário recuou 2,5% em maio em todo o país | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
A ocupação na indústria do vestuário recuou 2,5% em maio em todo o país| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Os recuos na ocupação (-0,5%) e nas horas pagas (-0,7%) da indústria em maio têm relação direta com o ritmo mais fraco da produção no mês, avalia André Macedo, coordenador da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem. A indústria pisou no freio em maio, registrando uma queda de 2% na produção industrial frente a abril. A folha de pagamento do setor, entretanto, continua crescendo, descolada dos demais indicadores.

Apesar dos dados negativos na margem, Macedo diz que a situação do emprego industrial no ano ainda é estável. Embora a queda do emprego industrial em maio seja a mais intensa desde dezembro de 2009, quando o recuo foi de 0,6%, ele destaca que é o primeiro resultado negativo desse indicador no ano. A média móvel trimestral levemente negativa (-0,1%) manteve o comportamento de estabilidade observado desde julho do ano passado.

"O mercado de trabalho, descontando os salários, fica no padrão que se observa há algum tempo: estabilidade, mas num patamar mais abaixo. O mês de maio foi marcado por um comportamento bastante negativo da indústria, que se refletiu no emprego industrial", disse.

Para o economista, a volatilidade da produção industrial dificulta a identificação de uma tendência para o setor. Por isso, o fechamento do mês de junho (e do primeiro semestre) será importante para identificar a direção em que a indústria e o mercado de trabalho industrial caminham.

A folha de pagamento dos trabalhadores da indústria se descolou do contexto negativo da ocupação e horas trabalhadas em maio. A alta de 1,7% em maio ante abril foi inflada pelo pagamento de participação nos lucros pela Petrobras. Por conta disso, a folha do setor extrativo cresceu 29,4% no mês, ante meros 0,3% da indústria de transformação.

Setorialmente, o emprego recuou em nove dos 18 ramos pesquisados, com destaque para as pressões negativas de calçados e couro (-6,5%), máquinas e equipamentos (-3,3%), outros produtos da indústria de transformação (-4,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-3,5%), vestuário (-2,5%) e minerais não-metálicos (-2,2%). Boa parte desses ramos também apontou retração na produção em maio.

Paraná destoa da média de novo e cresce 0,41% em maio

Antonio Senkovski

O emprego industrial no Paraná cresceu 0,41% em maio deste ano sobre o mesmo mês de 2012. O resultado positivo foi o terceiro melhor do país no mês, que foi ruim para a ocupação na indústria nacional. Dos 14 locais pesquisados no Brasil, dez registraram queda na mesma comparação.

No Paraná, o segmento têxtil (11,5%) e o de alimentos (4,61%) tiveram os maiores crescimentos. Também contribuíram para a alta os setores de papel e gráfica (4,39%), máquinas e equipamentos eletrônicos de precisão e comunicação (2,98%) e de fabricação de meio de transportes (1,54%).

Dos 19 setores analisados, nove tiveram resultados negativos. Os piores desempenhos foram apresentados por indústrias de produtos de metal (-8,06) e de máquinas e aparelhos elétricos (-7,39%). Calçados e couro (-6,14%) e madeira (-3,93%) também tiveram queda.

No ano

No acumulado do ano, entre janeiro e maio de 2013, o Paraná lidera o índice de emprego industrial, com variação de 1,19%. Nessa comparação, os destaques são fumo (16,36%), têxtil (14,03%) e produtos químicos (5,2%).

Nos últimos 12 meses, entre maio de 2012 e maio deste ano, as vagas na indústria paranaense aumentaram em 1,23%. Os resultados positivos mais relevantes ocorrem, nessa base de comparação, em fumo (16,02%), têxtil (13,82%) e produtos químicos (6,37%).

Salários

A folha de pagamento real dos funcionários da indústria do Paraná aumentou, em média, 2,65% em maio, ante o mesmo mês de 2012. Os trabalhadores em indústrias de produtos químicos tiveram o aumento mais significativo (19,25%), seguidos pelos de fabricação de produtos da indústria da transformação (10,89%) e de borracha e plástico (9,62%).

Em 12 meses

O acumulado de aumento nos últimos 12 meses nos salários da indústria do Paraná está em 6,05%. A folha dos funcionários das empresas de máquinas e equipamentos elétricos de precisão e comunicação foi a que mais aumentou, com reajuste de 25,33% no período. Em seguida vêm produtos químicos (14,05%) e têxtil (10,69%).

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