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O norte-americano Christopher Sims, um dos economistas laureados na semana passada com o Nobel de Economia, tem um "discípulo" na capital paranaense. Trata-se de Luciano D’Agostini (foto), executivo-chefe da "butique de investimentos" Inva Capital, que será inaugurada na próxima quarta-feira em Curitiba. Mestre e doutor em Desenvolvimento Econômico pela UFPR, D’Agostini estuda – e aplica em seu trabalho – os modelos de equações VAR (vetores autorregressivos) que renderam o Nobel a Sims. Ferramenta estatística usada pelos principais bancos centrais do mundo, a técnica busca simular o que ocorre com a economia depois de mudanças na política monetária e em outras variáveis. Ela também é tema do livro Modelos monetários para previsão de juros e câmbio pelos métodos VAR e BVAR, que D’Agostini lança no mês que vem pela Editora Blucher.

Por que você começou a estudar essa técnica?

Ela começou a ser desenvolvida em 1972 e foi estruturada a partir da década de 1980, com os métodos computacionais. Comecei a estudá-la há nove anos, no mestrado, para conhecer o efeito da impressão de moeda sobre a inflação, os juros e a economia brasileira como um todo. Percebi como o método era poderoso, e resolvi usá-lo também no doutorado, para fazer a previsão da taxa de câmbio.

Como o modelo funciona?

Você insere parâmetros no modelo, como o nível da taxa de câmbio, da inflação, dos juros e outros. E, a partir deles, o modelo fornece um gráfico dinâmico que mostra em que direção a economia vai andar. A contribuição do Thomas Sargent, que dividiu o Nobel com o Sims, foi ter conseguido incluir as expectativas dos agentes (consumidores, empresas, governos) no modelo, que hoje auxilia os principais bancos centrais do mundo em suas tomadas de decisão em relação a coisas como taxa de juros e impressão de moeda.

O Banco Central brasileiro também usa essa técnica?

Sim. Mas a maioria dos BCs não tem mão de obra que conheça o modelo para poder "rodá-lo". Mas eu já consigo "rodar" câmbio, PIB, inflação e juro, e mais um pouco. Vários bancos, principalmente os que não têm um departamento econômico consolidado, vão precisar dos meus trabalhos. Essa técnica embasa decisões como a recente redução da taxa Selic.

E, na sua opinião, o BC acertou ao reduzir os juros?

Sou da pequena parcela de economistas que acha que sim, que a taxa realmente deveria cair, por causa do efeito deflacionário forte que a crise externa deve provocar por aqui. E há argumentos técnicos para reduzi-la novamente na próxima quarta-feira, em 0,5 ponto ou até 1 ponto porcentual.

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Atrasos na Aker

A norueguesa Aker Solutions, que tem fábrica em Curitiba, anunciou na semana passada que atrasou "substancialmente" a entrega de equipamentos submarinos encomendados pela Petrobras. Segundo comunicado da direção mundial da companhia, o atraso se deve, em parte, a "medidas para melhorar a qualidade" e a dificuldades dos fornecedores da fábrica paranaense. Sem citar o tamanho do atraso, a Aker avisou que terá de pagar à Petrobras uma indenização estimada entre 400 milhões a 500 milhões de coroas norueguesas (algo entre R$ 124 milhões e R$ 155 milhões) e que as duas empresas estão "explorando juntas as maneiras de minimizar as consequências geradas pelos atrasos". No dia do anúncio, as ações da empresa caíram até 10%.

A multinacional também disse estar tomando medidas para aumentar sua capacidade de produção em Curitiba, hoje totalmente ocupada. A Aker tem contratos com a Petrobras que somam mais de R$ 1 bilhão e envolvem a produção, entre outros equipamentos, de dezenas de "árvores de natal molhadas" – gigantescos conjuntos de válvulas instalados no solo oceânico, na "boca" dos poços de petróleo submarinos. Boa parte da encomenda é para áreas do pré-sal.

Rodada de negócios

A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de Curitiba realiza nesta segunda-feira a primeira etapa de sua Rodada de Negócios. Empresários locais interessados poderão fechar acordos com empresas alemãs de diversos segmentos, para atuar como representantes, fornecedores ou mesmo parceiros de produção das multinacionais – que atuam em ramos como equipamentos industriais, energia renovável e tecnologia ambiental. A segunda etapa da rodada está prevista para novembro. Informações pelos telefones (41) 3323-5958 e 3223-5659, ou pelo site www.ahkcuritiba.com.br.

A Disney aqui

O ParkShoppingBarigüi vai hospedar a primeira unidade do Sul do país da rede de franquias Fantasia, que vende produtos Disney. O quiosque, instalado entre a praça de alimentação e o cinema, será aberto na quarta-feira, às 11 horas. De acordo com a administradora da franquia, Ana Tereza Gebran, o quiosque venderá produtos para "todas as idades", de materiais de papelaria a produtos eletrônicos, com preços entre R$ 8,90 e R$ 500.

O segredo

A consultoria Deloitte apresenta na manhã de terça-feira, em Curitiba, a pesquisa "As PMEs que mais crescem no Brasil", para mostrar o que as micro e pequenas empresas que compõem o ranking fazem para reduzir custos e melhorar resultados. O evento, dirigido a empresários e gestores, é gratuito. Informações pelo fone (41) 3312-1450.

Veneno e hostilidade

Outro evento gratuito para empresários é a palestra do advogado Nelson Eizirik, especializado em Direito Empresarial e Societário, no Radisson Hotel, na quinta-feira. Ele vai falar sobre as poison pills ("pílulas de veneno"), cláusulas incluídas no estatuto das sociedades anônimas para dificultar as chamadas aquisições hostis. O evento é promovido pelo escritório Katzwinkel e Advogados Associados. Informações pelo telefone (41) 3352-1990 ou pelo e-mail palestra@ekj.adv.br.

Moda online

A loja virtual da grife carioca Farm faturou R$ 300 mil em seis meses no Paraná. As 800 clientes de 40 municípios do estado compraram mais de 2,3 mil peças da marca. No fim de setembro, a grife igualou os preços em todas as cidades do país – antes, comprar no Rio era mais barato. A Farm também tem duas lojas "físicas" em Curitiba e uma em Maringá, recém-inaugurada.

Para o Oeste

O grupo Wood’s, formado por empresários do interior do estado, inaugura na próxima quarta-feira sua filial de Cascavel, que recebeu investimento de R$ 1 milhão. A estratégia permanece a mesma dos outros cinco estabelecimentos já existentes – dois em Curitiba, um em Foz do Iguaçu , um em Balneário Camboriú (SC) e um em São Paulo – onde o grupo faz parceria com um sócio de renome nacional e empresários locais. No caso de Cascavel, além de empresários da região, a dupla sertaneja Fernando e Sorocaba tem participação no negócio.

Malhação emergente

A rede de academias FIT, que oferece serviços "premium" em bairros nobres de Curitiba, está apostando em um novo público-alvo: a classe C. A rede acaba de abrir sua quarta unidade, batizada de FIT Club, no bairro Novo Mundo. O novo serviço tem capacidade para atender até 800 alunos e mensalidade de R$ 85 – até 70% menos que os valores praticados na modalidade mais sofisticada. A expectativa é aumentar, já no primeiro ano, o número de alunos matriculados na rede em 40% e o faturamento, em 20%. Uma segunda unidade FIT Club já está em negociação, mas o bairro ainda não foi definido.

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