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O vice-presidente da República, José Alencar, voltou a criticar nesta terça-feira (27) as taxas de juros cobradas no país. A declaração acontece no momento em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central está reunido para decidir a nova taxa Selic, que será anunciada nesta quarta-feira (28). Alencar foi homenageado nesta terça pela Câmara dos Deputados.

A taxa básica de juros está hoje em 8,75% ao ano. Para Alencar, o país tem condições de crescer cerca de 6% ao ano sem registrar inflação e com taxas de juros mais baixas. Ele destacou que o Brasil tem uma das taxas mais elevadas do mundo.

"O Brasil pode perfeitamente crescer a uma taxa muito boa, de 5% ou 6% ao ano, sem inflação, independentemente de aumentar taxa de juros, mesmo porque as taxas de juros do Brasil são as mais elevadas do mundo. O Brasil hoje é um dos países do primeiro mundo e não tem mais sentido conviver com esse tipo de taxa de juros [com] que nós temos convivido", afirmou.

O consenso do mercado é que o BC dará início a um ciclo de aperto monetário, com elevação gradual da taxa. No boletim Focus desta semana, divulgado na segunda-feira pelo BC, os analistas apostavam em alta para 9,25% ao ano esta semana, chegando ao final do ano em 11,75%.

A aposta na elevação dos juros foi reforçada por declarações do presidente do BC, Henrique Meirelles, que disse que agirá fortemente para conter a inflação e garantir que a economia não sofra um superaquecimento.

Ele minimizou as preocupações expressadas por alguns analistas de que o banco deveria ter elevado a taxa de juro em março. Este aumento é esperado para esta semana.

"O Banco Central vai adotar medidas fortes para garantir que a inflação atinja a meta no horizonte relevante", afirmou ele.

Choro

O vice-presidente chorou nesta terça-feira (27) ao ser homenageado pela Câmara dos Deputados. Parlamentares de diversos partidos fizeram discursos em elogio a Alencar, que encerrou os discursos visivelmente emocionado.

O momento de maior emoção foi quando ele lembrou de seu primeiro emprego ainda na adolescência. Alencar contou que foi trabalhar de balconista em uma loja em 1946 e recebia um salário de 300 cruzeiros. Ele contou a negociação que fez com a dona de um hotel para conseguir morar no corredor do estabelecimento durante um ano e meio por 220 cruzeiros. O choro veio ao lembrar que mesmo sobrando apenas 80 cruzeiros conseguia ainda mandar presentes todos os meses para sua mãe.

"Eu morei um ano e meio nesse corredor e isso não me matou, ao contrário, me engrandeceu. Sabem por quê? Por uma razão muito simples, eu me tornei viável aos 14 anos, eu ganhava 300, pagava 220 pra morar e ainda tinha um salário de 80, que podia comprar de vez em quando um par de sapato e nunca passou um mês sequer que eu não mandasse um presente pra mamãe", disse ele antes do choro.

No final do discurso, o vice-presidente voltou a se emocionar ao falar de seus pais e chorou novamente quando a sessão foi encerrada com a música "Canção da América".

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