Cautela para fugir das armadilhas
O consumidor deve ter cautela com as promoções. Além de tomar cuidado para não extrapolar o limite do orçamento, a orientação dos especialistas é para que se faça uma pesquisa de preços antes de se empolgar com as ofertas. A medida vale tanto para as lojas físicas como as de venda pela internet. A ideia é fugir de armadilhas como ocorreram nas últimas edições da Black Friday, quando muitos anunciantes acabaram elevando os preços originais para forjar descontos maiores. Também é importante ficar atento às trocas. Muitas mercadorias em promoção não podem ser substituídas, o que precisa ser anunciado pelo comerciante e ficar claro para o cliente. O fato de a mercadoria estar em liquidação não elimina os direitos do consumidor, por isso também é preciso guardar os documentos da compra para evitar problemas no futuro.
O ano mal começou e as lojas já exibem os tradicionais anúncios de liquidação. Tudo para desovar os estoques que sobraram do Natal, que, segundo as primeiras estimativas, frustrou as expectativas do comércio.
Uma sondagem da Associação Comercial do Paraná (ACP), realizada entre os dias 26 e 27 de dezembro mostrou um aumento de vendas de 4% em relação ao ano passado. Os comerciantes, no entanto, esperavam uma alta de 8% nas vendas.
A Serasa Experian estima que as vendas do varejo no país subiram 2,7% no período entre 18 a 24 de dezembro, o menor percentual desde quando o dado começou a ser medido, em 2003. A média anual de crescimento no período foi de 7,55%.
Grandes redes de departamentos já anteciparam suas liquidações, como Ponto Frio, Pernambucanas e C&A. Cadeias de lojas que geralmente fazem saldos em janeiro também já se organizam para as promoções. A Magazine Luiza informou que fará sua tradicional liquidação anual na próxima sexta-feira. Sites de venda pela internet, como Submarino, Americanas.com e Dafiti, também prometem descontos.
Os saldões, que geralmente começariam a partir do dia 15 de janeiro, indicam que o comércio ainda está com estoques elevados, diz Ivo Orlando Petris, vice-presidente da ACP. De acordo com ele, o Natal mais fraco foi reflexo de um ano difícil para o comércio. "As vendas só começaram a melhorar no terceiro trimestre", afirma. Inflação, endividamento e compra de bens de maior valor, como o carro, móveis e a casa própria comprometeram o orçamento das famílias ao longo de 2013, segundo Petris.
Na loja Bem Me Quer no Centro de Curitiba, a liquidação foi antecipada e ontem mesmo ganhou uma faixa com anúncio de descontos de 10% a 70%. As promoções da rede, que vende artigos de cama, mesa e banho, começariam normalmente na segunda semana de janeiro. "Estamos com o estoque 40% acima do que era o esperado para essa época. Temos que desovar essas mercadorias", diz Paula Kaizer, gerente da rede de lojas.
"Não tivemos crescimento nas vendas de Natal desse ano", diz Marcelo Soares de Mello, gerente da loja Levis da Praça Osório. A expectativa é retomar as vendas com as liquidações, que começaram essa semana e prometem descontos de até 50%.
Os descontos já provocaram um aumento no movimento na loja de roupas femininas Millano, no centro de Curitiba. Com anúncio de redução de preços de R$ 70 por R$ 20, a loja estava lotada ontem à tarde. "Começamos a promover descontos antes mesmo do Natal porque víamos que não íamos vender tudo que esperávamos. O consumidor dizia que estava difícil comprar", conta Dirce de Fátima Malinowski, gerente da loja. A expectativa é desovar a maioria das peças em promoção até o fim da próxima semana.
Redes apostam no IPI reduzido para liquidar
A manutenção do IPI reduzido para a linha branca, que terminaria em 31 de dezembro mas foi prorrogada por tempo indeterminado pelo governo, é uma das apostas do comércio para desovar os estoques de Natal.
O IPI para máquina de lavar roupa, refrigerador e congelador permanece em 10%. O imposto para tanquinho fica em 5% e para fogões, 4%. Em compensação, o IPI subiu para automóveis, móveis, painéis e produtos plásticos. As alíquotas para carros estavam reduzidas desde maio de 2012 e serão elevadas em duas etapas. No caso do carro popular, com motor 1.0, a alíquota a partir de janeiro passará de 2% para 3% e, em julho, para 7%, voltando assim aos níveis normais.
Apesar da frustração com o desempenho do Natal, o comércio começa o ano com boas expectativas já que a Copa do Mundo e as eleições devem movimentar a economia.
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