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No mês que vem a rede Wal-Mart completa um ano como líder do setor de supermercados no Paraná. Em dezembro do ano passado, o grupo norte-americano assumiu a posição ao comprar os ativos da Sonae Distribuição – então líder, com 37 lojas no estado – por R$ 1,7 bilhão. Passados quase doze meses da fusão, o vice-presidente de assuntos corporativos do Wal-Mart, Wilson Melo Neto, diz que o negócio "não poderia ter trazido resultados melhores" e reafirma que, ao contrário do que temiam os consumidores na época, não há concentração nas mãos do grupo já que a concorrência no mercado local é bastante acirrada.

"Tivemos um crescimento em vendas acima do projetado e fomos muito bem recebidos pelos consumidores de Curitiba e fornecedores regionais", avalia.

Considerando todas as bandeiras que administra no estado – Wal-Mart, Sam’s Club, Mercadorama, BIG e MaxxiAtacado – o Wal-Mart tem 40 lojas. O Condor tem 23 lojas e ao Muffato 20 (mais uma no interior de São Paulo). "Não conheço outras cidades, dentro dos 17 estados brasileiros nos quais atuamos, onde o consumidor tenha tantas opções. Em Curitiba você encontra os grandes players nacionais e também os locais com uma atuação forte", defende-se. "Apesar do número de lojas que o Wal-Mart tem, é preciso considerar a grande capacidade de crescimento dessas redes."

O presidente da Associação dos Supermercados do Paraná (Apras), Everton Muffato, diz que a concentração de lojas do grupo Wal-Mart é uma grande preocupação do mercado, somada à saturação do setor. "Houve uma onda muito grande de aberturas de lojas entre os anos de 2003 e 2004, e o mercado ainda está absorvendo todas essas inaugurações."

Segundo dados da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), Curitiba tem um hipermercado para cada 110 mil habitantes. A concentração é bem maior que em São Paulo, por exemplo, onde há um estabelecimento para cada 615 mil pessoas e Porto Alegre, cuja comparação é de um hipermercado para cada 230 mil habitantes.

Especificamente como diretor do Grupo Muffato, no entanto, o empresário Everton Muffato diz que é difícil avaliar o impacto da fusão nos negócios. Da mesma forma, o diretor comercial do Condor, Jefferson Oliveira, prefere não fazer uma avaliação. "Dizer se atrapalhou ou não o nosso negócio seria leviano porque estamos falando de um período cuja conjuntura econômica fez com que o ano fosse ruim para o mercado como um todo", diz Oliveira.

Concorrência

O professor de marketing e varejo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Marcelo Piragibe Santiago, não tem dúvida de que há um excesso de demanda no setor em Curitiba, mas não acredita que haja uma concentração prejudicial ao consumidor. Ele cita, por exemplo, a região dos bairros Água Verde e Portão. "Em um raio de cerca de 2 quilômetros existem cinco lojas – Muffato, Wal-Mart, Big, Angeloni e Pão de Açúcar – que concorrem fortemente com promoções."

O professor não descarta, no entanto, a possibilidade de uma concentração no longo prazo. "Se as redes menores não tiverem diferenciais competitivos, haverá uma onde de aquisições e fusões que pode acabar com as redes locais", diz. "Mas Muffato e Condor, por exemplo, já estão atentos a isso."

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