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O tradicional "almoço de negócios" está deixando de ser a opção preferida entre executivos para tratar de assuntos profissionais fora do ambiente de trabalho. A nova tendência para estas reuniões, dizem eles, é o café da manhã. "É uma hora em que você não está abarrotado com uma série de problemas", comenta o diretor-regional da Siemens, Francisco Höpker. "A cabeça está ‘limpa’." Ele conta que participa de quatro a cinco eventos deste tipo por mês. Um deles foi um café da manhã no hotel Four Points Sheraton, em Curitiba, no qual ele e outros executivos da multinacional se encontraram com um fornecedor para uma reunião de balanço.

O setor hoteleiro, responsável por sediar os "cafés executivos", confirma o aumento na procura de não-hóspedes pelo café da manhã. Também em Curitiba, o gerente do Mabu Royal & Premium, Jair Antônio Ansolin, diz que 10% dos freqüentadores do restaurante do hotel na parte da manhã não pernoitam lá – aparecem apenas para tomar a primeira refeição do dia. "Eles já vêm aqui cedo para não perder tempo. Se o executivo passar antes no escritório, é capaz de se envolver com o trabalho lá e acabar se atrasando para a reunião", afirma Ansolin.

A otimização do tempo e da agenda é, de fato, a principal razão apontada para o aumento da procura pelo café da manhã entre os homens de negócio. "Se o encontro é no almoço, você ‘quebra’ a atividade que está desenvolvendo", diz o advogado Harry Françóia Júnior, vice-presidente jurídico da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap). "O café também tem a vantagem de fazer a reunião iniciar naturalmente, as pessoas vão se servindo e já vão tratando dos assuntos de trabalho." Françóia conta que costuma marcar encontros profissionais no salão de café da manhã do hotel Mabu.

"Esta refeição já tem a finalidade de ser algo rápido. Ela começa cedo e não dura mais de uma 1h30, normalmente", afirma o gerente-geral do Crowne Plaza Curitiba, Danilo Ribeiro. "Até às 9h30 você já terminou a reunião e está pronto para o resto do dia", confirma Höpker, da Siemens.

O Crowne, segundo o seu gerente-geral, costuma receber semanalmente os executivos de uma instituição financeira, que se reúnem com grandes clientes. O evento faz parte do planejamento estratégico da instituição, e por isso o nome não é divulgado pelo hotel.

Como advogado, Françóia Júnior, da Faciap, vê ainda outro bom motivo para marcar reuniões nos hotéis. "A gente sempre está à procura de um ambiente imparcial", conta. Se a proposta é um encontro sigiloso, os hotéis ainda preparam mesas em salões reservados. Além disso, a possibilidade de levar uma discussão para fora do ambiente de trabalho é, segundo o advogado, outra vantagem. "Quando você sai do ambiente de trabalho, fica mais livre para processar aquelas informações de que está tratando na reunião."

Pré-requisitos

Os hotéis que desejam captar este tipo de evento têm investido em tecnologia. O Mabu, por exemplo, que há dois anos passa por uma reestilização, oferece aos executivos conexão à internet Wi Fi (sem fio). "O laptop hoje praticamente faz parte do corpo do executivo, está sempre com ele", diz o gerente Jair Ansolin. O serviço de conexão Wi Fi também está disponível no Crowne e no Four Points. Mas, segundo o diretor-regional da Siemens, o bom atendimento é o principal motivo para escolher entre um hotel e outro. "Na tentativa de reduzir custos, os hotéis também têm seus problemas. Por isso a gente procura sempre um local que tenha rapidez no serviço, principalmente na limpeza das mesas recém-deixadas por outros clientes", diz Francisco Höpker. "Conexão sem fio é interessante, mas um bom serviço é fundamental", completa.

Serviço: Preços dos cafés da manhã servidos pelos hotéis: Mabu Royal & Premium - R$ 18 + 10% de taxa de serviço; Four Points Sheraton: R$ 21 + 10% de taxa de serviço e Crowne Plaza Curitiba: R$ 28 + 5% (de ISS).

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