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Criança desenha com o dedo na tela de um iPad: experiência com a prancheta digital é diferente de qualquer outro dispositivo | Marcus Kwan
Criança desenha com o dedo na tela de um iPad: experiência com a prancheta digital é diferente de qualquer outro dispositivo| Foto: Marcus Kwan

Concorrência

Google e Verizon preparam tablet

O gigante da internet Google e a operadora de telefonia móvel norte-americana Verizon estão desenvolvendo um tablet, com o sistema operacional Android (do Google), para concorrer com o iPad, da Apple. A informação, publicada pelo "Wall Street Jour­­nal’’, foi dada pelo presidente-exe­­cutivo da Verizon, Lowell Mc­­Adam. Ainda não se sabe qual será a fabricante do aparelho ou em que data o produto deverá ser lançado. Um porta-voz do Google se recusou a comentar o tablet da Verizon.

O acordo com uma operadora seria novidade para o Google, que no início deste ano colocou sua marca diretamente no mercado de celulares com o lançamento do smartphone Nexus One (foto acima). A empresa lançou o aparelho (fabricado pela taiwanesa HTC) desbloqueado.

Gadget "monogâmico" não é tão ruim quanto dizem. Poupa-se bateria e paciência do usuário

Além de ser todo lacrado, de não ter uma porta USB sequer, a maior crítica que se faz ao iPad é o fato de ele ser unitarefa. Você não consegue usar um aplicativo sem fechar outro. Isso já tem prazo para ser resolvido: o OS4, próximo sistema operacional do iPad e do iPhone, já em testes e previsto para lançamento em julho, resolve essa questão.

Dá para imaginar o bafafá que o iPad multitarefa vai gerar. Porém, para mim, boa parte do charme desse novo brinquedo está em ele ser unitarefa. Até imagino que a decisão de lançar o aparelho unitarefa – tomada como o grande erro da Apple – seja totalmente baseada num pensamento racional: com essa engenharia, gasta-se menos bateria e os aplicativos rodam mais rapidamente. Só que ela desencadeia um processo paralelo acidental que contribui bastante para a distinção do iPad entre todos os equipamentos que existem hoje.

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Qual é a desse iPad? O festejado tablet da Apple foi lançado há um mês e a reportagem vem testando o modelo wi-fi de 32 gigabytes desde 17 de abril. Da data do lançamento (4 de abril) para cá, fo­­ram vendidas 1 milhão de unidades, a um preço que varia de US$ 500 a US$ 700. Dias antes de chegar a essa marca, a Apple colocou no mercado americano a versão 3G do tablet, que vem com chip da operadora AT&T. Como o iPad wi-fi, a versão 3G possui modelos com capacidade de armazenamento de 16, 32 e 64 GB.

Na última semana, a Apple também divulgou que, desde o lançamento, foram vendidos mais de 1,5 milhão de e-livros pela iBookstore – só disponível nos Estados Unidos – e que mais de 12 milhões de aplicativos foram baixados na App Store.

E aqui no Brasil? Será que compensa ter um aparelho desses, sem acesso aos conteúdos exclusivos de quem possui uma conta norte-americana na iTunes Store ou sem destravar o tablet para instalar aplicativos que não tenham sido aprovados pela App Store?

Selado

Sem entradas USB, sem câmera, sem teclado e com um sistema operacional unitarefa (como o do iPhone), há muito tempo um lançamento não polarizava tanto as opiniões.

O iPad é, como já disseram, um iPod Touch anabolizado. Mas a força que ele ganha com a telas de 9,7 polegadas não é nada desprezível. E, embora seja ofuscada pela luz do sol em ambientes externos, a experiência de leitura, visualização de fotos e de vídeos dentro de casa compensa. E a bateria dura a ponto de você não se preocupar com ela.

A força do iPad está no consumo de entretenimento e no acesso rápido à informação. Os aplicativos funcionam de forma ágil. E a navegação online pelo Safari é veloz, apesar da limitação da ausência de flash. Para ver e-mails sem sair da cama é ótimo, bem melhor do que um notebook.

Embora bem mais pesado do que um Kindle – o tablet da Apple pesa o dobro do que o e-reader da Amazon –, ler no iPad é agradável. Sobretudo quadrinhos, revistas e jornais. Mesmo a leitura de livros é boa, apesar da iluminação da tela. E, se no Brasil não dá para usar a iBookstore, é possível criar uma conta para o Kindle na Amazon e registrar seu iPad para receber os livros.

A experiência de ver filmes é bastante boa. Só que, no Brasil, sem acesso ao conteúdo da loja do iTunes, ela fica limitada. Outro problema é que, por aqui, não é possível acessar a App Store diretamente do iPad, só via iTunes, quando ele está conectado ao computador.

Embora seja possível carregar documentos e PDFs com alguns aplicativos, a experiência de escrever textos longos é cansativa e é impossível digitar com ele na vertical. Aí, vale mais o notebook. E a câmera faz falta na hora de usar um comunicador instantâneo, como o Skype.

Vivendo com o iPad por três semanas, é possível notar que existe nele um potencial revolucionário. Ele não deve ser entendido como um computador e muito menos um telefone celular. Por isso entra na sua vida por uma nova porta e ocupa um espaço próprio. Eu mesmo notei que estava começando uma relação de dependência quando, sem pensar, me peguei sempre com ele à mão em casa, no quarto, na sala e até no banheiro – que é a prova dos nove quando o assunto é ler na tela.

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