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As autoridades japonesas intervieram diretamente no mercado cambial na quarta-feira para baixar o valor do iene, que acaba de alcançar um novo ponto máximo em 15 anos frente ao dólar, afirmaram agências japonesas. Em minutos, o iene caiu em relação ao dólar e o euro. Entre 10h30 e 10h45 (horários locais), o dólar disparou de 82,86 a 84,36 ienes. O euro passou de 107,75 para 109,10 ienes no mesmo intervalo.

A moeda japonesa havia subido nas últimas semanas a ponto de alcançar um nível sem precedentes – em relação aos últimos 15 anos – frente ao dólar e nos últimos nove anos ante a moeda europeia. A última intervenção direta do governo japonês no mercado de divisas havia ocorrido em março de 2004. A medida visa dar respaldo às exportações do país, uma vez que o iene forte tem prejudicado as vendas a outros países pelo desgaste das receitas estrangeiras quando repatriadas ao Japão.

No Brasil, o ministro Guido Mantega afirmou que o governo brasileiro está atento à movimentação das moedas asiáticas e vai trabalhar para impedir a valorização do real. Segundo o ministro, o governo do Japão vendeu ienes no mercado global para depreciar a moeda daquele país, "num movimento que parece orquestrado" com outras economias asiáticas – como a coreana, por exemplo. Para o ministro, muitos países da região veem nas exportações uma saída para a crise; por isso, mantêm taxas de juros muito baixas e moedas desvalorizadas, com o objetivo de ampliar as suas exportações.

Entre as medidas a serem adotadas para combater a apreciação do real, o governo vai usar o fundo soberano para comprar dólares no mercado que entrem no país em decorrência da capitalização da Petrobras, segundo Mantega. O ministro disse que o governo está "preparado para enxugar um eventual excesso de dólares" egressos de investidores estrangeiros que venham aportar recursos na operação de venda de ações da estatal.

Para tal, o fundo soberano poderá comprar dólares por meio de seu subfundo cambial. Segundo Mantega, o Tesouro aporta títulos da dívida pública no fundo, que os vende no mercado doméstico e troca os reais obtidos com a transação por dólares. A operação, segundo o ministro, é financeira e não envolve recursos orçamentários. On­­tem, o dólar comercial foi fechou a R$ 1,727, em alta de 1,11%, o primeiro avanço após dez quedas.

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