• Carregando...
 | Pixabay
| Foto: Pixabay

Imagine isso: você está de férias, escorrega e cai na piscina. Você vai para o hospital, onde os médicos perguntam se você está tomando algum medicamento ou teve algum procedimento médico recente. Em vez de tentar recordar os nomes de todos os remédios que já tomou ou o seu histórico médico enquanto está com dor por causa da queda na piscina, você puxa facilmente seu registro médico em seu telefone.

A Apple, a gigante da tecnologia que tem olhado avidamente para o setor de saúde, anunciou nesta semana que vai permitir em breve que pessoas que usam o sistema de saúde dos Estados Unidos vão poder ter seus registros médicos atrelados aos seus iPhones, obtendo fácil acesso a sete categorias de informações, incluindo vacinas, resultados de laboratórios e histórico de alergias.

A função será lançada no fim de março e virá em uma atualização para iPhones e iPads. Ela funcionará conforme os hospitais americanos aderirem à plataforma. A Apple informou que dezenas de instituições médicas dos Estados Unidos já fecharam a parceria, incluindo três das maiores empresas de administração de registros médicos, a Epic System, a Cerner e a AthenaHealth. Mais hospitais e empresas de registro médico devem aderir à novidade nos próximos meses.

A função de registro médico que será lançada em março é uma versão mais sofisticada do aplicativo Apple Health. Anteriormente, as pessoas podiam baixar registros médicos específicos e adicioná-los ao aplicativo, mas essa nova versão vai agregar informações de saúde do usuário e atualizá-las à medida que o registro médico de uma pessoa evolua.

Google e Microsoft têm iniciativas semelhantes

O anúncio da Apple surge uma década depois de o Google ter lançado uma iniciativa semelhante e depois ter descontinuado o projeto devido à falta de demanda, já que a solução alcançou somente pacientes e cuidadores entusiastas em tecnologia e pessoas da área fitness. “Mas não encontramos uma maneira de transformar esse uso limitado da tecnologia em uma adoção generalizada nas rotinas diárias de saúde de milhões de pessoas”, escreveu o Google em seu blog em 2012.

A Microsoft tem um produto similar, o HealthVault. Parte do projeto foi descontinuada no início deste mês, quando a empresa anunciou que o HealthVault Insights, um aplicativo que utilizava os dados médicos coletados do paciente e aplicava técnicas de inteligência artificial para gerar relatórios para o usuário, será retirado das lojas virtuais até o fim deste mês.

Desafios para a Apple

A Apple, com sua iniciativa, também deve ter algumas dificuldades, apesar de apostar alto no setor de saúde. “Nós também interagimos com a tecnologia de uma maneira diferente todos esses anos depois. Cada um de nós tem um telefone no bolso ou não muito longe do nosso bolso; parece tão lógico, e, francamente, encorajador, ter informações sobre a saúde ao nosso alcance”, afirma Darren Dworkin, diretor de informações da Cedars-Sinai, de Los Angeles, um dos hospitais que trabalha com a Apple no aplicativo que vai registrar informações médicas dos usuários.

A Apple pode, pelo menos na teoria, por enquanto, trazer a facilidade necessária para acesso às informações médicas, , apresentando o registro médico em um formato mais fácil de entender do que os portais de exame existentes. Dworkin enfatizou que o iPhone é uma plataforma confiável, o que pode diminuir as preocupações das pessoas com a privacidade do paciente.

Durante anos, os pacientes conseguiram fazer login para acessar seus registros de saúde. Alguns sistemas de saúde oferecem aplicativos onde as pessoas podem acessar os resultados do laboratório, encaminhar seus médicos ou fazer consultas. A nova oferta da Apple terá a vantagem de integrar a informação de vários provedores, refletindo melhor a forma como as pessoas procuram e recebem cuidados no mundo real, onde o médico e o especialista responsáveis por um paciente podem não estar no mesmo hospital.

“Todos nós estamos muito concentrados em tentar melhorar a experiência do paciente, tentando garantir que o paciente se sinta capacitado e capaz de gerenciar e possuir sua própria informação de saúde. Deve ser como verificar meu e-mail, como fazer uma compra online “, disse Stephanie Reel, diretora de informação da Johns Hopkins Medicine, um dos sistemas hospitalares dos Estados Unidos parceiro da Apple no projeto.

A oportunidade é grande, mas problemas de compatibilidade e desafios tecnológicos são reais, afirma Dan Mendelson, presidente da Avalere Health, uma empresa de consultoria em saúde .“O que eles estão fazendo é emocionante e todo mundo quer isso. Mas para nós que já estamos tentando fazer isso por algum tempo, se deparamos com muitas empresas capazes de dar certo na área sendo duramente atingidas pela falta de compatibilidade dos registros médicos.” Ele conclui: “A falta de padronização torna muito difícil a missão de entrar e colocar produtos no mercado que sejam viáveis”.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]