Embraer diz que não tem intenção de “driblar” resistência do governo em acordo com Boeing

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A Embraer afirmou nesta segunda-feira (8), em comunicado ao mercado, que não tem intenção de “driblar” a resistência do governo em eventual acordo com a Boeing. A companhia brasileira também voltou a afirmar que vai preservar os interesses estratégicos da segurança nacional e a “golden share”, ação que dá ao governo poder de veto em uma troca de controle acionário.

As declarações foram feitas após o jornal americano The Wall Street Journal divulgar na sexta-feira (5) que a Boeing está estudando junto com a Embraer formas de superar a resistência do governo brasileiro em uma possível aquisição da brasileira pela fabricante americana.

A reportagem afirmou que a Boeing estava ciente das preocupações do governo brasileiro, principalmente na área de defesa, mas que estudava formas de revertê-las. A companhia americana estaria disposta até a deixar o governo com uma ação “golden share” na área de defesa, ou seja, com direito a decidir qualquer rumo importante da companha no setor de defesa.

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Posição da Embraer

Sobre essas afirmações, a Embraer divulgou que não tem qualquer intenção da driblar a “alegada resistência a qualquer transação”. “Eventual combinação de negócios com a Boeing, se e quando concretizada, deve preservar, antes de mais nada, os interesses estratégicos da segurança nacional e respeitar incondicionalmente as restrições decorrentes da ação de classe especial (golden share) constantes do estatuto social da companhia, de titularidade do governo brasileiro”, acrescentou a companhia no comunicado. O mesmo posicionamento já havia sido divulgado na semana passada.

A Embraer ressaltou, ainda, sempre tomou “boa nota das manifestações públicas do governo brasileiro e seguirá em conformidade com elas em quaisquer futuros entendimentos”.

Preço por ação

A reportagem do The Wall Street Journal também divulgou que as companhias teriam concordado em avaliar a Embraer em US$ 28 por ação. Mas, devido às dificuldades da negociação, a fonte consultada pela reportagem afirma que ainda é muito incerto se as partes chegarão a um acordo e, se isso vier acontecer, deve demorar de nove meses a um ano.

O valor acordado por ação caiu como uma bomba no mercado. Os analistas financeiros esperavam um valor muito maior por ação. Com isso, as ações da Embraer registraram baixa de 5,28% na sexta-feira (5) e estavam sendo negociadas a R$ 20,65.

A Embraer também se posicionou sobre o possível valor acordado em uma eventual negociação com a Boeing. “A Embraer esclarece que não possui neste momento elementos para manifestar-se sobre esse tema, uma vez que nesta data não há sequer definição sobre a estrutura de uma potencial combinação de negócios. Dado esse cenário, não cabe à Embraer especular acerca dos critérios de avaliação adotados pela Boeing.”