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 | Kārlis DambrānsFlickr
| Foto: Kārlis DambrānsFlickr

Fotografia é um dos pontos onde a disputa entre os celulares de ponta é mais acirrada. “Qual tem a melhor câmera” costuma ser um ponto de debates infindáveis que, com frequência, terminam sem uma conclusão. Mas, às vezes, não é o caso. Pelo Facebook, um ex-vice-presidente de engenharia do Google disse que “se você se importa com ótimas fotografias, você tem um iPhone”.

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Vic Gundotra, norte-americano nascido na Índia, trabalhou no Google entre 2007 e 2014. Entre outras coisas, ele encabeçou o projeto do Google+ e, de 2007 a 2010, foi o responsável “por todos os esforços em dispositivos móveis do Google”, segundo o próprio. No momento, ele é CEO da AliveCor, uma startup da área de saúde.

Sábado, Gundotra publicou duas fotos de crianças no Facebook, tiradas em um restaurante com um iPhone 7 Plus. Na mensagem que acompanha as imagens, ele escreveu que “o fim das DSLR [câmeras dedicadas profissionais] para a maioria das pessoas já chegou” e exaltou a “fotografia computacional” da câmera do celular da Apple. O iPhone 7 Plus usa duas câmeras na parte de trás e fórmulas algorítmicas para identificar e desfocar, artificialmente, o fundo de retratos.

A polêmica se instaurou quando um dos seus seguidores comentou que o Galaxy S8, da Samsung, faz fotos ainda melhores que as do celular da Apple. Gundotra foi bem direto: Aqui está o problema: é o Android”.

Para o executivo, a natureza aberta do Android, que permite que qualquer fabricante o adote, sem custos, em seus projetos, desacelera as inovações em fotografia que as maiores conseguem. Ele recorreu à Samsung para ilustrar seu ponto:

“É porque quando a Samsung inova no hardware fundamental (como uma câmera melhor), eles têm que convencer o Google a permitir que essa inovação seja exposta a outros aplicativos através da API [trecho de código que pode ser lido por outros apps] apropriada. Isso pode levar anos.”

Outro argumento, segundo o executivo, é de que a inovação não acontece mais no nível do hardware, mas no da “fotografia computacional”. Para Gundotra, o Google estava na liderança desse segmento há cinco anos, mas “recentemente, ficou para trás”.

A Apple não teria essas limitações. “Eles podem inovar no hardware fundamental e apenas atualizar o software com as suas últimas inovações (como o modo retrato) e lança-las”. Gundotra finaliza dizendo que “se você se importa com ótimas fotografias, você tem um iPhone. Se você não se importa em estar alguns anos atrasado, compre um Android”.

A resposta dele, na íntegra (em inglês):

Especialistas discordam

Apesar da autoridade que tem, as declarações de Gundotra foram recebidas com estranheza. Profissionais de fotografia e jornalistas acostumados a analisarem celulares têm preferido câmeras com Android em detrimento à do iPhone.

No ranking do DxOMark, publicação especializada em fotografia, há 12 aparelhos com Android à frente do iPhone 7, por exemplo. Entre os profissionais que analisam celulares, costumam aparecer no topo das suas listas de recomendações de câmera o Galaxy S8 e o Pixel, celular do próprio Google.

Mesmo testes independentes revelam poucas diferenças entre a qualidade das imagens geradas pelos principais aparelhos à venda – e as existentes são mais questão de gosto pessoal do que qualidade técnica. Em abril, o vlogueiro norte-americano Marques Brownlee fez um “teste cego” com cinco câmeras: iPhone 7 Plus, Galaxy S8, LG G6, OnePlus 3T e Pixel XL – os dois últimos não são vendidos no Brasil. Confira:

O próximo iPhone (ou “próximos”, no plural, se os rumores se concretizarem) deve ser revelado em setembro. A exemplo das rivais do universo Android, ano a ano a Apple aperfeiçoa a qualidade da câmera do seu celular e, em 2017, isso não deve mudar. Por ora, a liderança a que Gundotra se refere não é unanimidade.

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