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Geninho Thomé (de azul escuro), fundador e presidente da Neoortho, ao lado de Irineu Leite, vice-presidente. | Marcelo AndradeGazeta do Povo
Geninho Thomé (de azul escuro), fundador e presidente da Neoortho, ao lado de Irineu Leite, vice-presidente.| Foto: Marcelo AndradeGazeta do Povo

Na época em que negociava a venda da indústria de implantes dentários Neodent para o grupo suíço Straumann, o cirurgião-dentista Geninho Thomé tinha uma certeza: não queria vender a Neoortho, fabricante de implantes ortopédicos que fazia parte da Neodent. “O mercado de ortopedia é muito maior do que o da ortodontia”, visualizava o empresário no início dos anos 2010. 

Pouco tempo depois, ele fez a separação das duas empresas, vendeu a Neodent por R$ 1,2 bilhão e ficou somente com a Neoortho. Hoje, a indústria está, nas palavras de seu fundador, “meio embrionária”, principalmente porque muitos dos investimentos ainda estão sendo feitos para que a empresa consiga estar entre as maiores fabricantes de implantes ortopédicos do mundo. “Não adianta. Não há nada de imediato na área de saúde”, explica Geninho.

Fundador e presidente da Neoortho, Geninho Thomé, em entrevista à Gazeta do Povo. Marcelo AndradeGazeta do Povo

Crescimento em 2017

Mas o crescimento exponencial não deve demorar muito tempo a acontecer. A Neoortho já é líder nacional nas áreas em que atua (próteses e órteses bucomaxilofacial, trauma e coluna) e projeta para este ano um crescimento de quase 50%. A empresa espera saltar dos R$ 46,6 milhões de faturamento alcançado em 2016 para a marca de R$ 62 milhões no fim de 2017.

Os números otimistas vêm, em parte, por causa de uma melhora no mercado interno, tanto público quanto privado. A fábrica da empresa em Curitiba funciona em três turnos, seis dias por semana, e opera com cerca de 70% da capacidade produtiva. A expectativa é aumentar em 20% a produção na comparação com 2016, quando foram produzidos 1,3 milhão de itens que compõem as próteses e órteses.

Outra explicação para os números superlativos estão nas exportações. A Neoortho, que já exporta desde 2011, principalmente para a América Latina e os Estados Unidos, conseguiu em julho 100% de aprovação da FDA, agência controladora de produtos médicos dos Estados Unidos. A empresa já tinha autorização para vender nos Estados Unidos, mas agora conta com a inspeção e certificação da FDA, o que deve abrir mais portas no exterior. É a única brasileira a contar com essa certificação.

Próteses de quadril

Neoortho vai entrar no segmento de próteses de quadril no próximo ano.Marcelo AndradeGazeta do Povo

Só que o crescimento da Neoortho não ficará restrito ao ano de 2017. A empresa vai lançar no próximo ano sua prótese de quadril, desenvolvida em parceria com empresas alemãs e americanas. O projeto demorou cerca de cinco anos para ser concluído e custou R$ 15 milhões, investimento que contou com o apoio do BNDES. 

A indústria também tem um um projeto de placas e parafusos bioabsorvíveis em fase final de desenvolvimento e começou a desenvolver um projeto para entrar no segmento de próteses e órteses para o joelho. “Se a gente conseguir abraçar todas as áreas da ortopedia, vamos ficar gigantes”, relata o  cirurgião-dentista Geninho Thomé.

Os investimentos para entrar em novas áreas visam uma série de oportunidades de crescimento. Segundo Geninho Thomé e o vice-presidente da empresa, Irineu Leite, há grandes oportunidades de crescimento no segmento de ortopedia devido à demanda reprimida do Sistema Único de Saúde (SUS), ao aumento da expectativa de vida do brasileiro e às possibilidades de exportações.

Fábricas

Fábrica da Neoortho, em CuritibaMarcelo AndradeGazeta do Povo

Para não deixar nenhuma dessas oportunidades passar em branco, a Neoortho, além de lançar novos produtos no mercado, investe para modernizar e ampliar as suas fábricas. Nos últimos anos, a empresa comprou equipamentos novos para a fábrica de Curitiba e também abriu um pequena unidade nos Estados Unidos para atender ao mercado externo. A planta no exterior tem 30% da capacidade de produção da unidade curitibana. 

Agora, já planeja ampliar os seus parques fabris. A  Neoortho está avaliando se constrói uma fábrica maior em Curitiba, para atender tanto o mercado interno quanto externo, ou se investe para ampliar a fábrica dos Estados Unidos, voltada para as exportações, que hoje respondem por 10% do faturamento da empresa. 

A única certeza é que as atuais fábricas vão ficar pequenas para as perspectivas de crescimento da empresa. 

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