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Sede de 8 mil metros quadrados do C6 Bank fica na Avenida Nove de Julho, em São Paulo, e também abrigará um programa próximo de startups. | Divulgação/
Sede de 8 mil metros quadrados do C6 Bank fica na Avenida Nove de Julho, em São Paulo, e também abrigará um programa próximo de startups.| Foto: Divulgação/

Nesta quinta-feira (31), o C6 Bank “abre” para seus 320 colaboradores e clientes early adopters convidados. A autorização do Banco Central para o novo banco digital low-cost do país foi dada no último dia 18 de janeiro. Para o público geral, o C6 deve estar disponível a partir do segundo semestre deste ano, com um pacote de serviços que, segundo a própria empresa, quer mudar o modo como os brasileiros veem os bancos. 

À frente do C6, estão quatro ex-BTG Pactual: Marcelo Kalim, acionista controlador e CEO, Leandro Torres, Carlos Fonseca e Luiz Marcelo Calicchio. O modelo societário adotado é o de partnership, o mesmo utilizado pelo BTG e outras instituições americanas, como o Goldman Sachs, que permite que colaboradores se tornem sócios do banco, visando um movimento de longo prazo, de acordo com a instituição, e agregando profissionais vindos não só do setor financeiro tradicional, mas de outras áreas, como empresas de tecnologia. Com capital social de R$ 250 milhões, os acionistas devem investir R$ 500 milhões no projeto até o final de 2019.

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O pedido de licença ao BC foi feito no dia 16 de março de 2018. A partir daí, uma série de etapas exigidas pelo órgão foram cumpridas. “Construímos um banco do zero, com o propósito de que ele seja diferente e transforme a experiência do usuário”, afirma Verena Fornetti, porta-voz do C6 Bank. 

Com a proposta de ser um banco low-cost, o C6 não terá agências físicas e não cobrará tarifas em transações bancárias. Além da isenção de taxas para abertura e manutenção de conta corrente, o cliente pessoa física tem TED e TEF ilimitados, enquanto o pessoa jurídica tem disponível um pacote de 100 transferências gratuitas. 

O destaque está para isenção de saque sem limite mensal. O Nubank, um dos principais concorrentes, cobra R$ 6,50 por saque, cobrança justificada pela fintech pelos custos operacionais e de impostos (R$ 5,56 destinados a cobrir custos com transporte de valores e segurança e R$ 0,94 em impostos).

Segundo Fornetti, a isenção foi possível porque o banco foi construído com tecnologia de ponta que permite um custo mais baixo por operação. “O custo também cai por não termos agências. Essas economias serão repassadas para o cliente”, afirma. 

Além do Nubank, o C6 vai disputar um mercado que, mesmo que ainda jovem, já está bastante fortalecido no Brasil, com concorrentes como Banco Inter, Neon, Original, Next e Agibank. Mas isso não parece assustá-los. “Somos favoráveis à concorrência, é bom para o mercado e para o cliente”, afirma a porta-voz. 

Foco na experiência do usuários para mudar a visão dos brasileiros sobre os bancos

Para se diferenciar, uma das apostas do banco é a oferta de serviços e produtos de terceiros para PF e PJ que serão oferecidos via um marketplace próprio. Um primeiro passo neste sentido foi dado ainda em novembro ano passado, quando a C6 Participações, holding do C6 Bank, comprou a plataforma de câmbio Besser Partners. Nesta primeira fase, serão oferecidos os produtos de instituições que estavam no sistema da Besser, como a corretora de câmbio Confidence. Aos poucos, a Besser deve deixar este nome e passar a compartilhar a marca do C6 Bank. O banco também já está costurando parcerias para ampliar esta oferta pra outros produtos e serviços, como consórcios, seguros e previdência privada.

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Outra diferença do C6 em relação à concorrência está no foco da experiência do cliente, tanto no uso do aplicativo do banco como no atendimento por meio do SAC. Segundo Fornetti, a equipe de User Experience (UX) trabalhou com afinco para deixar o aplicativo o mais transparente possível, com linguagem simples e informações diretas. “Toda vez que o app pedir um dado, por exemplo, há uma explicação do porquê isso é necessário”, conta.

Já sobre o SAC, Fornetti conta que a equipe foi treinada para resolver o problema do cliente em um único atendimento, de forma unificada, ou seja, não existe uma equipe que atende só cartões e outra só conta corrente, por exemplo. Há ainda um segundo time de atendimento, batizado de SWAT – em referência ao grupo tático altamente especializado da polícia americana. Esta equipe, mais qualificada, entra em ação quando o problema não consegue ser resolvido pela primeira. 

Programa próprio para startups e investimentos de R$ 500 milhões para 2019

O banco também abrirá as portas de seu escritório de 8 mil metros no bairro Jardins, em São Paulo, para startups. Por meio do programa Opp, os empreendedores passarão por mentoria e receberão aporte de capital. Cada startup terá um mentor. Foram quase 350 startups inscritas, 145 delas selecionadas para entrevistas e quatro delas escolhidas para serem as primeiras a participarem do programa. 

“Todos nossos departamentos poderão compartilhar conhecimento com estas empresas. Elas chegam aqui em estágio inicial e terão acesso às nossas conexões, rede de relacionamento e quem sabe, num futuro, passarão a oferecer seus produtos e serviços para nossos clientes”, conta Fornetti. 

O C6 anunciou, ainda, a abertura de um escritório em Nova York, focado em análise de dados. O projeto está em fase de recrutamento de profissionais e deve começar a funcionar ainda este ano. A necessidade de talentos para esse plano ambicioso de expansão é grande. Há 31 vagas abertas na empresa no momento.

Vale lembrar que o C6 apareceu pela primeira vez na lista das PMEs mais amadas do Brasil da plataforma Love Mondays já no topo. 

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