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O potencial novo primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, participou de reuniões cruciais ontem com os líderes dos principais partidos italianos e pretende anunciar hoje pela manhã (8 horas em Brasília) os nomes de sua equipe. Monti, um respeitado economista e ex-comissário europeu de 68 anos, trabalha para formar um gabinete que possa receber apoio do Parla­mento e ajudar a terceira maior economia da zona do euro a sair da crise. É bem provável que ele acumule o cargo de ministro da Economia para isso.

Apesar da velocidade na qual o candidato está trabalhando, a pressão nos nervos dos investidores não diminuiu. Com isso, o custo para os empréstimos para a Itália atingiu novo recorde ontem. Os bônus com vencimento de 10 anos registraram alta de 0,44%, ou seja, 7% acima do valor registrado na semana passada. Isso elevou os temores de que a Itália esteja seguindo o mesmo caminho perigoso de outros endividados da zona do euro, como a Grécia.

Por ser a terceira maior economia da zona do euro, a Itália é considerada grande demais para a Europa resgatar, ao contrário da Grécia, Portugal e Irlanda.

A dívida pública do país, que está em torno de 1,9 trilhão de eu­­ros, equivale a quase 120% do Pro­duto Interno Bruto (PIB). Muitos dos vencimentos dessa dívida devem ocorrer em breve, com a Itália tendo de rolar mais de 300 bilhões de euros no ano que vem.

"Cada vez que ele apresentar uma nova medida, um novo corte, uma nova reforma, os mesmos partidos vão ter de continuar a apoiá-lo", avalia Andrea Mandel-Mantello, presidente do banco de investimentos Advicorp. Políticos podem jogar a responsabilidade de medidas duras em Monti sem medo de perder votos, "mas o mercado vai julgar as coisas à medida que elas acontecem", diz ele.

Bolsas

Com o aumento da taxa de retorno cobrada pelo mercado para comprar títulos dos governos da Itália (7%) e da Espanha (6,26%) pesando sobre o sentimento do investidor, as bolsas europeias fecharam em queda ontem, com destaque para Paris e Milão, que recuaram 1,92% e 1,08%, respectivamente.

"A escalada dos yields (taxas de retorno) pago pelo bônus não é uma boa notícia e sugere a fragilidade do mercado italiano, a qual tende a permanecer durante mais algum tempo", disse Gary Jenkins, chefe de renda fixa na Evolution Securities.

PIB

A economia dos 17 países da União Europeia (UE) cresceu apenas 0,2% no terceiro trimestre com relação ao trimestre anterior e 1,4% comparada com o mesmo período de 2010. Os dados, divulgados ontem pelo Eurostat, o escritório de estatísticas comunitário, coincidem com as previsões apresentadas no último dia 10 pela Comissão Europeia.

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