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Uma das entradas do Home Urban Business será pela Rua Amintas de Barros, onde até três anos atrás funcionava uma loja do Mercadorama. A outra entrada será pela XV de Novembro | Antônio More/Gazeta do Povo
Uma das entradas do Home Urban Business será pela Rua Amintas de Barros, onde até três anos atrás funcionava uma loja do Mercadorama. A outra entrada será pela XV de Novembro| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Insegurança

Medo afasta clientes, diz comerciante

O comerciante Vanderlei Locatelli, há 15 anos dono da banca Reitoria, na Rua XV de Novembro, conta que muitos clientes revelam não frequentar a região por medo da violência. "Um cliente teve o estepe do carro roubado às 15 horas de um dia de semana, na frente da banca", diz. O antigo prédio da Livraria Guerreiro, fechada há alguns anos, será demolido, assim como os edifícios do Banco Itaú (que mudará para um endereço próximo) e do Consórcio Araucária. "O local virou abrigo de mendigos, que não somente dormiam no local, mas até as necessidades faziam ali", relata. Uma das grandes expectativas é o monitoramento da calçada por câmeras. "Hoje esse local está jogado às moscas. Com mais movimento, a sensação de segurança será muito maior." (ACN)

  • Mônica Glockner, do salão François, e Heloisa Nass, da Casa das Bolachas: esperança de mais clientes e tranquilidade com chegada do empreendimento

Até poucos anos atrás esquecido pelos incorporadores de edifícios residenciais, o Centro de Curitiba está ganhando vida nova. A renovação começou pela vizinhança do Rebouças e está chegando a outros locais, aproveitando-se de uma vantagem inegável: a infraestrutura de transporte e serviços, que ne­­­nhuma outra região da cidade tem. O novo ponto focal do bairro está na região próxima à reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), uma área que perdeu movimento nos últimos anos e que sofre com o aumento da violência.

O primeiro grande empreendimento na vizinhança é o Home Urban Business (Hub), empreendimento da construtora e incorporadora Tecnisa, de São Paulo. O projeto tem 450 unidades residenciais, 128 comerciais e 18 lojas, que formarão uma galeria, o que deve atrair uma população fixa de pelo menos 1,5 mil pessoas, além da rotatividade de frequentadores dos edifícios. O terreno do empreendimento terá entrada nas ruas Amintas de Barros e XV de Novembro, no trecho entre as ruas Mariano Torres e Doutor Faivre, onde antes havia uma loja do Mercadorama, fechada há cerca de três anos. As obras devem começar em maio de 2012.

O local é considerado bastante inseguro por comerciantes, moradores e pessoas que circulam diariamente por ali. O casal Heloisa Nass e Carlos Fernandes de Souza tem dois estabelecimentos – a Cafeteria e a Casa das Bolachas – na Amin­­­tas de Barros, vizinhos ao terreno do empreendimento. Eles trabalham na região há 11 anos e cogitaram abandonar o endereço.

Heloisa diz que, antes de o Mercadorama fechar, podia contar com iluminação até as 23 horas, além de seguranças na calçada e na porta do supermercado. "Desde então, a região fica escura já a partir das 19 horas. Os comerciantes fecham as portas e a rua é tomada por mendigos e assaltantes, que abordam os universitários na saída da Reitoria e pessoas no ponto de ônibus. Aparelhos de som de carros são roubados todos os dias por aqui", diz Heloísa. Ela já foi assaltada à mão armada duas vezes, a última no começo deste ano, na Cafeteria.

Para o casal, o empreendimento traz a possibilidade de renovar a vizinhança. "Presu­­­mimos que atrairá um público que equivale ao nosso perfil de consumidor", diz Carlos. A es­­pe­­rança é compartilhada com ou­­tras pessoas que têm na região o seu ganha-pão. A gerente do salão de beleza François Ca­­­beleireiro e Estética, Mônica Renata Glockner, que fica a poucos passos do empreendimento, aposta em um aumento de 40% no atendimento – hoje a média diária é de 150 clientes. "Com a disposição atual não será problema ter mais clientes. Temos 30 profissionais, ainda em condições de contratar mais quatro", afirma.

Melhorias

A localização está incluída em um projeto de revitalização da região chamado pela prefeitura de Corredor Cul­­­tural, que compreende o caminho entre o prédio central da UFPR, na Praça Santos Andrade, e o Hospital de Clínicas. O supervisor de planejamento do Instituto de Pesquisa e Pla­­­nejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Ricardo Bindo, garante que o local terá melhorias em breve.

"Ainda estamos em fase de estudos, mas essa área terá luminárias com tecnologia que permite maior eficiência e economia de energia, e câmeras de segurança", diz. Se­­­­gundo ele, o local receberá melhorias nas calçadas e de acessibilidade. "É mais uma questão de manutenção."

Arquiteta elogia opção por galeria

O diretor de negócios da Tecnisa, João Auada Júnior, conta que pesquisas de mercado apontaram a demanda por empreendimentos comerciais na região onde o HUB será construído. "É uma área carente de comércio e de unidades residenciais modernas, considerando o potencial do local e a qualidade no entorno", afirma. A galeria que ligará os dois acessos ao empreendimento é "uma grande sacada" da construtora, na opinião da urbanista Yumi Yama­­waki, mestre em Gestão Urbana e autora do livro Introdução à Gestão do Meio Urbano. "Me pergunto por que pararam de construir galerias. São espaços privados, mas com circulação pública, porque a própria edificação oferece espaço para convívio e facilita os acessos", diz. Yumi concorda que os consumidores da região central deixam de ser atendidos em relação a moradias, ao avaliar que existem edificações muito antigas na área, muitas sem vaga de garagem, por exemplo.

Preço começa em R$ 5 mil o m²

O HUB será construído sobre um terreno de 3.685 metros quadrados. A maioria das unidades será residencial (com entrada pela Rua Amintas de Barros, 240), mas também haverá salas corporativas (pela XV de No­­­vembro, 1.155) e lojas, que formarão uma galeria e terão acesso pelos dois endereços. As unidades terão áreas privativas de 32 a 750 metros quadrados, com preços que partem de R$ 5 mil o metro quadrado. O projeto do edifício começou pela galeria, explica o diretor de negócios da Tecnisa, João Auada Júnior. Toda ela terá iluminação e ventilação natural, com teto de vidro. "A sensação será de estar caminhando em um boulevard coberto", diz. As áreas de lazer da torre residencial, que terá 25 andares, serão no 5.º e no 31.º andares, conceito inspirado em edifícios norte-americanos. "O morador do primeiro andar estará na verdade no 6.º e o morador do 25.º estará no 30.º pavimento."

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