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Em seu primeiro dia como presidente interino do Banco do Brasil (BB), maior instituição financeira do país, Antônio Francisco de Lima Neto se esforçou para defender que a administração do banco não é política, apenas técnica, e que não há e nunca houve "caça a petistas", ao defender seu antecessor, Rossano Maranhão, que ocupou o cargo por cerca de dois anos. Lima Neto também adiantou que não mudará a atual equipe do banco e argumentou que os dois vice-presidentes ligados ao partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva -Luiz Oswaldo Sant'Lago (Gestão) e Adézio Lima (Crédito)- ocupam os cargos por serem excelentes profissionais.

- Tem de ser técnico, não importa a coloração. Não tenho nenhum problema de trabalhar com eles - afirmou Lima Neto, durante café-da-manhã com jornalistas e com alguns vice-presidentes da instituição. Sant'Lago e Adézio, no entanto, não estavam presentes devido a "compromissos de trabalho."

O BB foi alvo de denúncias sobre abuso de poder, que acabaram levando Rossano, funcionário de carreira, a assumir a presidência do banco no fim de 2004, no lugar de Cássio Casseb, indicado pelo então ministro da Fazenda Antonio Palocci. Naquele momento, a turbulência era enorme, com acusações sobre BB pela compra de R$ 70 mil em ingressos para um show da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano e que tinha como objetivo arrecadar dinheiro para o PT. Mais tarde, o banco também foi envolvido na CPI dos Correios por supostas irregularidades cometidas ainda sob a gestão de Casseb, envolvendo a Visanet.

De lá para cá, a estratégia foi criar perfil técnico para a administração do banco, que tem ações em bolsa e pretende participar do Novo Mercado da Bovespa. Rossano está saindo para trabalhar na iniciativa privada, mas comenta-se que seu relacionamento com o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, não era dos melhores. Lima Neto, no entanto, disse que apenas recebeu a orientação de Mantega para fazer o banco continuar crescendo de olho na competição, sem pressões para diminuir mais rapidamente as taxas de juros, por exemplo.

O novo presidente do BB, que também é funcionário de carreira e não tem vínculos políticos, adiantou que o banco pretende continuar focando na concessão de crédito, abrindo frente para o financiamento imobiliário e fortalecendo a concessão para compra de veículos.

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