Duas novidades lançadas na semana passada colocam o Google numa posição forte na briga pela liderança no campo da inovação em sistemas móveis. A empresa apresentou na terça-feira o Andoid 2.0, a renovada versão de seu sistema operacional para smartphones. O primeiro aparelho com o software é o Motorola Droid, que chega às lojas dos Estados Unidos a partir da sexta-feira, pela operadora Verizon. A outra novidade, o Google Maps Navigation, já chega embarcado no Droid e deve cair como uma bomba para os fabricantes e desenvolvedores de aplicações GPS.
As primeiras opiniões que apareceram na imprensa e na rede sobre o Motorola Droid foram bastante positivas. Ele agradou pelo tamanho da tela (3,7 polegadas) e pela sua nitidez, pelo tamanho do teclado oculto sob o monitorzinho slide e pelas teclas emborrachadas, que têm um leve relevo para facilitar o uso. Mas, sobretudo, ele ganhou elogios pelo coração de seu software, o Android 2.0.
O sistema operacional traz avanços no campo da administração dos contatos, por exemplo. Agora, o Android pode sincronizar-se com múltiplas contas. Quando o usuário toca a foto/ícone do contato, o Android abre uma lista de formas pelas quais o destinatário pode ser acessado. Isso inclui a tradicional (e quase esquecida) função telefone, e-mail, comunicadores instantâneos, mensagens de texto ou multimídia e redes sociais. Há também novas possibilidades de explorar a comunicação por bluetooth, por exemplo, que ainda serão trabalhadas pelos desenvolvedores.
O aparelho lançado pela Motorola carrega o Android "basicão", sem interfaces especiais ou aplicativos extras. Nos próximos meses, à medida que outros fabricantes comecem a usar o sistema operacional em seus novos smartphones, outras novidades devem surgir. E há sempre a possibilidade de baixar aplicativos no Android Market.
O Google Maps Navigation deu as caras no Android 2.0, mas a tendência é que ele não seja exclusividade dessa plataforma. As especulações são de que a companhia já está preparando uma versão do aplicativo a ser oferecido na loja virtual de aplicativos da Apple, a App Store, prontinho para rodar em iPhones. Nesse caso em especial se o programa for gratuito, e tudo indica que será , o mico vai ficar com os desenvolvedores de aplicativos pagos para GPS.
Isso porque as primeiras críticas ao aplicativo do Google são extremamente positivos. Ele agrega funcionalidades do Google Earth e Google Maps que não apareciam todas juntas em nenhuma versão móvel. Ele inclui dados de tráfego, comércio e serviços, as fotos de satélite e até o Street View, de forma que o usuário pode acompanhar na tela do celular o cenário do trajeto e compará-lo com o que está vendo na rua. É uma bela forma de não se perder, embora certamente vá exigir uma banda larga móvel de boa capacidade e bastante estável.
Os endereços podem ser inseridos mediante comando de voz, como já é possível com no aplicativo para iPhone. Segundo a Google, no entanto, também nisso há novidades. É que agora é possível também entrar com outras demandas pelo comando de voz, como nomes de restaurantes ou especialidades. Não é preciso ser muito específico o programa faz um esforço para entender o usuário e apresenta uma lista de sugestões.
A princípio o serviço é gratuito. Mas ao apresentar o serviço, na terça-feira passada, um executivo da Google deixou aberta a possibilidade de ele vir a ser sustentado por anúncios. "Obviamente, preferíamos que fosse grátis, porque os consumidores gostam disso também", disse Eric Schmidt, presidente executivo do Google.
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