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Foi confirmada ontem a venda da Companhia Providência, maior fabricante de tecido não-tecido do país (TNT), instalada em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A empresa paranaense tem quatro novos donos: o fundo de capital de risco (private equity) americano AIG (29%), o Fundo de Investimento Asas, do Grupo Áurea, que é controlado pelos donos da companhia áerea Gol (28%), o fundo Governança & Gestão Investimentos (29%) e o Banco Espírito Santo (14%). Eles compraram a empresa por cerca de R$ 1 bilhão. O comunicado oficial deve ser feito hoje.

De acordo com o diretor do AIG no Brasil, Cristiano Lauretti, os três diretores e o corpo funcional serão mantidos. "O plano é continuar investindo, aproximar-se dos clientes e crescer principalmente no mercado externo", disse, sem comentar a hipótese de abertura de capital, que, se confirmada, poderia levar vários anos.

Marcus Regueira, da associação que reúne os fundos de private equity (ABVCAP), observa que empresas compradas por fundos tendem a permanecer de três a sete anos com o novo grupo antes de serem passadas para a frente, seja com a abertura de capital, a venda a terceiros ou aos demais sócios.

Enquanto isso, a Companhia Providência deve manter o faturamento em torno de R$ 500 milhões ao ano. Com cerca de mil funcionários, detém cerca de 70% do mercado nacional de TNT para uso higiênico, 80% do faturamento da empresa. O produto é matéria-prima para fraldas, absorventes higiênicos, panos de limpeza, colchões e coberturas agrícolas, entre outros. A divisão de PVC da empresa representa 15% da receita e a de embalagens flexíveis, 5%. Os maiores concorrentes são Embalagens Petropar, Fitesa e a argentina DNS.

O diretor do AIG evitou comentar detalhes da compra, mostrando preocupação com o bem-estar dos proprietários originais, o casal octogenário Milan e Ana Starostik. Imigrantes tchecos, fundaram em 1963 a Companhia Providência e permaneceram como sócios até a semana passada. Em 2005, o lucro obtido foi de R$ 103,8 milhões, com receita líquida de R$ 495,8 milhões.

No ano passado, a Providência ficou sem sucessor com a morte do filho William, que trabalhava na empresa, detinha 1% das ações e cujos filhos não teriam interesse em manter o negócio. No ano passado o casal zerou as dívidas da empresa, aparentemente uma medida que a preparou para a venda.

A associação de produtores de TNT (Abint) só se pronunciará sobre a compra após o comunicado oficial. De acordo com a Abint, o setor, que produz 140 mil toneladas ao ano, das quais 4 mil toneladas são exportadas, pode estar caminhando rumo à supercapacidade. Os fabricantes investiram cerca de US$ 250 milhões em ampliações nos últimos anos.

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