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Depois de 18 meses, em março o contingente de desempregados nas seis maiores regiões metropolitanas do país voltou ao patamar de 2 milhões de brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em março, eram 2,082 milhões sem emprego nessas regiões, contra 1,941 milhão em fevereiro. Foi a primeira vez que os desempregados superaram a casa de 2 milhões desde setembro de 2007.

Com isso, a taxa de desemprego no país aumentou para 9,0 por cento, ante 8,5 por cento em fevereiro. Foi a maior leitura também desde setembro de 2007. Analistas consultados pela Reuters previam um dado de 9,1 por cento.

"É m contingente considerável. Está mais difícil para o trabalhador arrumar emprego em meio crise e o cenário econômico", disse o economista do IBGE, Cimar Pereira.

Em São Paulo, o número de desempregados à procura de trabalho voltou à casa de 1 milhão de pessoas, o que não acontecia havia 21 meses.

"Você tem um mercado de trabalho que não gera postos e ,isso força a uma demanda maior por emprego, principalmente, entre os dispensados", disse Pereira.

No Brasil como um todo, em março sobre fevereiro a população desocupada aumentou 7,3 por cento, enquanto na comparação com março de 2008 o avanço foi de 6,7 por cento. O número de ocupados ficou estável mês a mês e subiu apenas 0,9 por cento ante março passado.

"A expectativa pela série histórica era de uma estabilidade na taxa de desemprego ou uma leve redução, mas isso não ocorreu. Isso é comum em anos de crise ou de pós crise. O estrago é muito grande quando se tem um crise", disse Pereira.

A indústria foi um dos setores mais afetados pelos efeitos negativos da crise global. Entre setembro e março, a taxa de desemprego no setor praticamente dobrou ao passar de 3,4 para 6,1 por cento.

O economista do IBGE afirmou ainda que o mês de março trouxe "um manancial de notícias desfavoráveis" para o mercado de trabalho. Ele destacou que o emprego com carteira caiu 0,5 por cento frente a fevereiro e cresceu somente, 2,5 por cento em relação a março de 2008.

"Foi um desempenho bem aquém do que se observava em meses anteriores tanto que foi o pior resultado desde agosto de 2003. Houve uma perda de força na formalização", analisou Pereira

Renda

O rendimento médio real dos trabalhadores totalizou 1.321,40 reais em março, queda de 0,2 por cento em relação ao mês anterior e alta de 5,0 por cento na comparação com igual período do ano passado.

A queda mensal foi puxada pelo segmento de outros serviços com redução de 6,1 por cento. "Com o fim das férias é natural haver uma queda no rendimento do setor que é ligado ao turismo por reunir hospedagem, alimentação e lazer", disse Pereira.

No confronto com o março de 2008, houve crescimento de 5 por cento em razão a menor inflação esse ano. "Ela deu um alívio", finalizou.

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