O número de financiamentos imobiliários realizados pelos agentes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiu em agosto um total de 11.495 unidades, o maior já registrado desde o início do Plano Real, em julho de 1994.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que divulgou as informações nesta segunda-feira, o total de operações de financiamento imobiliário feitas com recursos das contas de poupança pelos agentes do SBPE atingiu, em agosto, R$ 979,28 milhões. O número superou em 214,3% o volume registrado em agosto de 2005 e elevou para R$ 5,94 bilhões o total aplicado entre janeiro e agosto de 2006.
Dos R$ 979,28 milhões, R$ 499,56 milhões foram destinados à construção de novas unidades e R$ 479,72 milhões a pessoas físicas, para a aquisição de unidades prontas.
O número de unidades financiadas em agosto também superou em 210,34% o registrado em agosto de 2005, representando um total de 73.112 unidades no acumulado dos oito primeiros meses deste ano.
Considerando o período de 12 meses compreendido entre setembro de 2005 e agosto de 2006, o volume de empréstimos atingiu R$ 7,9 bilhões e foram financiadas 99.749 unidades.
Segundo a Abecip, os resultados demonstram a decisão dos agentes financeiros de atender a toda a demanda de crédito imobiliário, mesmo num período adverso de captação líquida. As contas de poupança apresentaram, em 2006, evasão de R$ 6,46 bilhões.
O novo e expressivo patamar de unidades não surpreendeu o diretor-geral da Abecip, Osvaldo Fonseca, que salientou o fato de o setor já setor vem apresentando um alto rirmo de crescimento desde janeiro de 2003, graças a mudanças na legislação que foram eliminando inseguranças jurídicas que os bancos tinham.
Saiu, em 2003, o patrimônio de afetação, o depósito da parte controversa e a alienação fiduciária. Essas três ferramentas fizeram com que os bancos voltassem as suas baterias para o financiamento habitacional explicou.
Fonseca lembrou que a estabilidade econômica também trouxe mais tranqüilidade para o comprador, na medida em que possibilitou financiamentos de longo prazo.
O próprio empresário da construção civil também viu, nesse movimento dos bancos e dos compradores uma tranqüilidade maior para procurar terrenos e fazer projetos habitacionaise com isso nós estamos num ciclo virtuoso desde 2003 e que tende a crescer disse.
A Abecip acredita que o crescimento observado no comportamento das contratações e as novas medidas para dinamizar o setor da construção anunciadas no dia 11 de setembro sinalizam a possibilidade de que sejam superadas as previsões do SBPE de empréstimos de R$ 8,5 bilhões em 2006.
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