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A Nintendo mudou de estratégia. Na semana passada, em coletiva de imprensa realizada no Japão e nos Estados Unidos, a gigante japonesa anunciou data, preço e outros detalhes da sua nova geração de videogames. O Wii U chega ao mercado norte-americano em 18 de novembro com duas opções de consoles. O mais barato, com menos armazenamento, custará US$ 300. A versão premium terá suportes para os controles, que também servem como carregadores e um jogo. Custará US$ 350. Os japoneses recebem o console 20 dias depois.

O videogame terá duas cores. O modelo básico será branco, terá memória flash de 8 GB, um Gamepad (controle), um sensor bar e cabo HDMI. O mais caro, todo em preto – que lembra a estratégia adotada pela Microsoft na primeira geração do Xbox 360 – amplia a memória para 32 GB. Os carregadores do controle também poderão ser comprados separadamente.

Para o dia do lançamento, a Nintendo promete dois jogos: Nintendo Land e New Super Mario Bros U. O primeiro é uma espécie de simulador de parque de diversão. O segundo é a velha fórmula sendo repetida à exaustão. Outros jogos que estão em produção, mas que devem demorar para chegar ao mercado são: Monster Hunter 3 Ultimate, Call of Duty: Black Ops 2, Skylanders Giants, Transformers: Prime The Game, Wipeout 3 e 007 Legends. A maior surpresa ficou para Bayonetta 2, que será exclusivo. A mídia usada terá capacidade de 25 GB, mas, lembra a empresa, não se trata de um Blu-ray, tecnologia desenvolvida pela concorrente Sony. Os jogos do Wii terão compatibilidade total, inclusive os acessórios, como Motion Controller. Já os discos de Gamecube não serão compatíveis.

A maior curiosidade que cerca o Wii U, no entanto, é como será aplicado o conceito do seu inovador controle-tablet, que traz uma tela widescreen de 6,2 polegadas sensível ao toque. A tela, promete a Nintendo, será usada para controlar diversas funções do console e também poderá ser usada como complemento à televisão, exibindo informações extras. A bateria tem autonomia para apenas cinco horas de uso. Possui ainda recursos encontrados nos celulares: acelerômetro, giroscópio, câmera frontal, microfones e uma caneta stylus.

Na conferência, foram exibidos detalhes da TVii, um aplicativo que virá embutido no console e que permite integrar diversos serviços de streaming de vídeo, como Netflix (que opera no Brasil) e Hulu. TV e Gamepad terão interação. Enquanto um vídeo é exibido na tela maior, informações extras e recursos de redes sociais preencherão as 6,2 polegadas do controle. Até o momento, parece ser o recurso mais interessante.

Especificações técnicas à parte, o mais importante da apresentação foi a constatação que a Nintendo mudou de estratégia. Na geração passada, o Wii se tornou o videogame mais popular ao aliar uma quantidade incrível de jogos em seu lançamento junto com preço baixo. Além disso, houve uma ênfase no fator social. A Nintendo fez o mundo acreditar que pessoas de todas as idades poderiam se reunir para rebolar na frente da TV. Deu certo e deixou a concorrência para trás. O Wii U, porém, coloca a Nintendo como uma desenvolvedora de tecnologia de ponta, e não de diversão simples, com seu controle inovador. A política de preços foi revista, para cima. US$ 300 como preço mínimo torna o Wii U o videogame mais caro que poderá ser encontrado nas lojas pelos próximos meses. Não apenas isso, o controle-tablet traz mais desafios.

No Japão, por exemplo, o preço de um Gamepad extra será de US$ 170, quase metade do preço do console. Montar um kit para jogar com duas pessoas, dependendo do pacote escolhido, poderá sair quase US$ 600 se incluir carregadores e suportes. Os jogos também tiveram os preços reajustados. No Wii, os lançamentos eram vendidos por US$ 50. Agora passam a custar US$ 60, se alinhando com a concorrência.

A Nintendo tentou movimento parecido há pouco tempo. Conhecida no mercado de portáteis por ter produtos baratos e simples – o DS se tornou o videogame mais vendido da história –, a empresa decidiu cobrar US$ 250 no lançamento do 3DS e viu as vendas patinarem. Meses depois, fez um grande corte de preço, para US$ 150, e recuperou terreno. Hoje, o 3DS é considerado um sucesso. O grande problema para o Wii U, caso os consumidores, que enfrentam uma grave crise na Europa e nos EUA, achem caro o valor cobrado, é não ter muito margem para reduzir o preço em um curto espaço de tempo, já que o custo de produção de um videogame de ponta aliado a um tablet embutido é muito maior. Basta olhar para o lado. Os fabricantes de tablets ainda brigam com os números para conseguir produzir aparelhos com qualidade que custem menos de US$ 200.

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