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10 a 20 pessoas caem, em média, num site de phishing e são roubadas em US$ 200 cada uma. Tais páginas fraudulentas não costumam permanecer no ar por mais de 48 horas.

Luís Alberto Folador, 63 anos, não gosta nada de lembrar da situação que enfrentou recentemente. "Só passando por isso para entender o dano, não só financeiro, mas também emocional", diz. Ele não está se referindo a um assalto propriamente dito, mas ao phishing, o golpe via internet que usa e-mails falsos para roubar dados pessoais de suas vítimas. Folador, que trabalha como corretor de imóveis, confessa que tinha pouca experiência com a internet e conta que começou a usar um computador em 2004. Há poucos meses, ele recebeu uma mensagem eletrônica alertando-o sobre uma suposta pendência perante a Receita Federal. Assustado, o vendedor clicou no link que o levou a uma página falsificada, que imitava o website do Fisco.

A partir daí, o estrago já estava feito. Ao entrar nesses sites falsos, o usuário instala – sem perceber – códigos maliciosos que ficam varrendo o PC em busca de informações como senhas bancárias, CPFs, RGs, entre outros. O problema de Folador foi ainda maior porque o corretor preencheu campos com seus dados, pensando que estava apenas confirmando sua identidade para a Receita.

As falhas de segurança no campo da informática podem ser resolvidas (ou remendadas), mas o phishing se vale da credulidade dos internautas mais desavisados. As maneiras de arquitetar a armadilha variam bastante, indo desde os avisos sobre falsas dívidas e propagandas de promoções "imperdíveis" até o oferecimento de fotos que comprovariam uma suposta traição conjugal.

Marcas muito utilizadas em phishing como eBay, PayPal e as de grandes bancos investem em grandes campanhas educacionais sobre os perigos do golpe. O problema é que alguns usuários sempre vão ignorar tais avisos, diz David Jevans, diretor do Anti-Phishing Working Group, um consórcio de companhias que luta contra a prática.

O porcentual de vítimas que cai no phishing é hoje ínfimo, mas somados os golpes se mostram muito lucrativos para os fraudadores, como mostra um estudo realizado por Richard Clayton e Tyler Moore, da Universidade de Cambridge. A pesquisa (tinurl.com/2e6w9j) constatou que sites de phishing atraem 30 usuários por dia, em média, antes de serem desativados. A maioria desses sites é removida em 48 horas. "Eles só pegam de 10 a 20 pessoas", diz Michael Barret, do PayPal. "Mas se você pensar na base de US$ 200 por consumidor, o vilão conseguiu US$ 4 mil sem trabalho algum."

Técnicas anti-phishing incluem navegadores que alertam os usuários sobre páginas suspeitas, descobertas a partir de uma lista negra online de sites de phishing já conhecidos. No entanto, a eficiência desses alertas é limitada. "O phishing funciona tanto porque os usuários ignoram os indicadores de segurança, e quando prestam atenção neles, nem sempre entendem o que significam," adverte Rachna Dhamija, membro do pós-doutorado do centro para pesquisa em computação e sociedade da Universidade Harvard.

Um estudo feito em 2006 por Dhamija (tinyurl.com/k5jau) mostrou que praticamente um em cada quatro usuários ignora alertas de segurança em navegadores. E um estudo seguinte (tinyurl.com/2d42gd) verificou que as pessoas ignoram todos os tipos de pistas que indicam que determinado site não é exatamente o site do seu banco – até o cadeado no canto direito da tela e as imagens de segurança do próprio banco são ignoradas. Se, por outro lado, o internauta encontrar tais imagens (que podem ser facilmente copiadas ou transmitidas), ele continuará ignorando avisos diretos de segurança do navegador para não utilizar aquela página.

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