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Armas da Taurus | Tomaz Silva/Agência Brasil
Armas da Taurus| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

As ações da fabricante de armas Taurus voltaram a disparar. Desde quarta-feira, o primeiro pregão do ano na B3, os papéis acumulam uma valorização de 87,89%. Somente na quarta-feira, dia em que os ministros do governo Bolsonaro foram empossados, as ações tiveram uma alta de 50,52%. E, nesta quinta, nova valorização: 24,83%, com as ações fechando o dia a R$ 9,00. 

 Dois fatores explicam a forte valorização dos papéis da Taurus na Bolsa, aponta o analista Daniel Herrera, da Toro Investimentos: o primeiro é o aumento de participação do investidor Luís Barsi Filho na empresa. Ele passou a deter 10,33% das ações preferenciais, conforme comunicado enviado pela Taurus à B3 em 27 de dezembro e divulgada no dia seguinte. 

 O segundo é uma euforia detonada pela possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro flexibilizar o Estatuto do Desarmamento e reforçar investimentos na área de segurança pública. 

 “O papel ganhou visibilidade com este movimento especulativo”, aponta o analista. Não é a primeira vez que isto acontece. Segundo ele, à medida que Bolsonaro crescia nas pesquisas de intenção de voto, as ações se valorizavam. O primeiro pico foi registrado em 20 de setembro, quando chegou a R$ 5,11. Em 18 de outubro, as ações fecharam a R$ 15,30. 

Se as propostas de Bolsonaro se concretizarem, isto pode ajudar a aumentar a demanda pelos produtos da empresa acredita o analista da Toro Investimentos. Mas há um porém, aponta Herrera, o novo presidente também fala na possibilidade de abrir o mercado de armas a novos competidores estrangeiros, rompendo o com o monopólio da Taurus. 

Abertura de mercado pode afetar empresa 

 Uma abertura de mercado pode não ser favorável para a companhia gaúcha, que está em delicada situação financeira.“O impacto seria terrível. Uma abertura do mercado representaria a possibilidade de perdas de contratos locais relevantes. Com mais queda de receita e resultado”, afirma Tiago Reis, CEO da Suno Research.

Apesar de nos nove primeiros meses de 2018 ter conseguido um faturamento de R$ 623,5 milhões, 16% a mais do que em igual período do ano anterior, a empresa teve um prejuízo de R$ 44,6 milhões. 

 A empresa também tem um pesado endividamento, que era de R$ 1,44 bilhão no final de setembro, e patrimônio líquido negativo (quando o que a empresa deve supera o que ela têm) de R$ 456,1 milhões. “As margens da empresa são as piores da indústria e o endividamento cresce de maneira desesperadora”, destaca Reis.

 Segundo a Toro Investimentos, a empresa apresenta como pontos negativos: um alto endividamento no curto prazo e baixa reserva financeira; Ebitda (geração de caixa) acumulado em 12 meses negativo; a alta alavancagem; a forte concorrência nos mercados internacionais e longo histórico de prejuízos recorrentes.

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