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| Foto: Martin Clifton/Creative Commons

Cada vez mais forte, Apple se torna o vilão do Vale do Silício

Virou rotina em cada lançamento da Apple. Na quinta-feira passada, filas e mais filas se formaram em lugares como Tóquio, Paris, Londres e Nova York, à espera do iPhone 4. A empresa está em um grande momento, e não é só graças ao iPhone. As vendas do tablet iPad também são robustas e a empresa conseguiu ultrapassar a Microsoft, tornando-se a companhia de maior valor de mercado no setor de tecnologia. À medida em que o sucesso cresce, entretanto, ela passa a se colocar em uma posição que lhe é estranha – a de vilão da indústria.

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A Apple sempre foi o azarão da in­­­dústria de tecnologia. Muitas ve­­zes ela foi maltratada por concorrentes maiores e mais bem sucedidos, como a Microsoft e a Dell. Agora, cada vez mais, a companhia tem sido vista como al­­guém que ameaça e intimida seus adversários. Companhias como Google e Adobe a acusaram de usar de força bruta para excluir do iPhone e do iPad tecnologias criadas por elas. E alguns desenvolvedores de aplicativos estão incomodados com o rígido controle da Apple sobre esses dispositivos, mes­­mo que muitos deles tenham levantado fortunas com esses aparelhos.

Essas mudanças de comportamento são uma prova concreta de uma notável revolução na empresa, orquestrada por Steven Paul Jobs, que retornou à Apple mais de uma década atrás, quando a companhia estava à beira da extinção. Mas as mudanças também colocaram a companhia em um papel inesperado e perigoso, à medida que seus competidores começam a cooperar entre si para combater uma Apple poderosa.

A busca obsessiva da Apple pela inovação não é uma novidade. A empresa sempre tem se es­­forçado por quebrar os padrões da indústria de tecnologia à sua maneira, mesmo que para is­­so tenha de se encrespar com al­­guém. A Apple irritou os fornecedores e con­­fun­diu os críticos, por exemplo, quando escolheu usar disquetes de 3,5 polegadas em lugar dos de 5,25, nos anos 80. Ou, mais tarde, quando decidiu não usar disquete ne­­nhum. Nesta época em que a em­­presa deixou de ocupar um nicho no mercado para tornar-se líder do segmento que mais cresce na indústria – a computação móvel –, suas ações têm mais consequên­cias, e as reclamações se transformam em indignação. "Muita gente costuma dizer ‘A Apple está louca, ela está cometendo um grande erro’", diz Paul Saffo, um veterano analista do Vale do Silício. "Agora são essas pessoas que estão dizendo que a Apple está tentando matar a concorrência."

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