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Os esportes radicais foram os grandes responsáveis pelo salto do Produto Interno Bruto (PIB) das atividades esportivas dos últimos anos. Enquanto a economia brasileira cresceu apenas 2,25%, por ano em média, entre 1996 e 2000, a alta no segmento esportivo foi de 12,34%. "O crescimento dos esportes no Brasil é impressionante, mas podemos dizer que os radicais foram os que mais cresceram nos últimos 30 anos", afirma o pesquisador Lamartine DaCosta, organizador do Atlas do Esporte no Brasil.

O Atlas indica a presença de 40 tipos de esportes radicais no país. No início da década de 70, não havia praticantes. Hoje há pelo menos 8 milhões, metade concentrada em duas atividades: surf e skate. "As opções mais radicais, são, em geral, mais caras." O PIB do Brasil em 2002 atingiu R$ 1,3 trilhão. O valor correspondente às atividades esportivas é de R$ 13 bilhões a R$ 20 bilhões, entre 1% e 1,6% do total. "Não temos um estudo que separe por modalidade, mas com certeza a participação dos esportes radicais nesse bolo é bastante significativa."

Segundo estimativas da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), o negócio com o esporte movimenta cerca de R$ 200 milhões por ano. São Paulo é o primeiro estado em produção e faturamento, com 66% das empresas do país. Em segundo está o Rio Grande do Sul e em terceiro o Paraná, responsável pela movimentação de R$ 30 milhões a R$ 35 milhões por ano.

O proprietário da empresa de skate e artigos de vestuário Drop Dead, Carlos Eduardo Dias, diz que há um círculo de desenvolvimento do esporte no estado: "Há oito anos ininterruptos promovemos o circuito de skate amador. Isso fortalece a indústria e faz crescer o número de praticantes, além de fazer do estado um celeiro de atletas." No início do ano, a Drop Dead lançou uma escolinha de skate para crianças. "O esporte agora é uma opção para as crianças, assim como o futebol ou a natação." Segundo Dias, ainda é cedo para dizer se o skate vai conquistar um espaço nobre, como os já consagrados vôlei e futebol. "Mas vamos brigar por esse espaço."

Outra opção de esporte radical em Curitiba com acompanhamento especializado é a escalada no Ginásio Campo Base, no centro da cidade. A escola existe há 8 anos, e há 2 se mudou para o novo endereço para dar conta da demanda. De acordo com um dos sócios, Flávio Luiz Cantéli, o Juca, o paredão da escola passou de 230 metros quadrados escaláveis para 700 metros quadrados. O número de funcionários também aumentou: ele começou a atividade sozinho, depois contratou mais três e hoje o ginásio tem cinco funcionários registrados e oito colaboradores. O curso com técnicas de escalada custa R$ 370 e a mensalidade, com horário livre, R$ 75. Quem quiser equipamento próprio terá de desembolsar pelo menos R$ 2 mil.

A prova do sucesso da escalada junto ao público é a academia Via Aventura, inaugurada em julho deste ano. O local oferece parede escalável de cerca de 900 metros quadrados, a maior da América Latina, de acordo com o gerente Eduardo Córdova. "A procura por esse esporte tem crescido muito, pois é muito completo, abrange quase todos os músculos e é uma forma de ‘desestressar."

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